Segunda, 06 Mai 2024

Após denuncias contra ex-diretores, Vitória Apart Hospital amarga prejuízo em 2012

Após denuncias contra ex-diretores, Vitória Apart Hospital amarga prejuízo em 2012

Depois de enfrentar uma série de denúncias no ano de 2011 contra ex-administradores acusados de darem um desfalque milionário nas contas, o Vitória Apart Hospital saiu do “azul” para terminar o ano de 2012 com prejuízo financeiro de R$ 391,2 mil. De acordo com o balanço contábil do hospital, publicado no Diário Oficial do Estado, o aumento nos custos dos serviços prestados, que passou de R$ 35,81 milhões para R$ 44,97 milhões, pouco mais de 25%, contribuiu para que o balanço ficasse no “vermelho”.



O documento aponta que a receita operacional bruta se praticamente estável com uma pequena redução entre 2011 (R$ 78,93 milhões) e 2012 (R$ 79,4 milhões). Apesar de uma queda nas despesas administrativas na ordem de R$ 1,4 milhões (fechando o ano passado em R$ 26,8 milhões), as despesas financeiras caminharam no sentido inverso, saltando de R$ 1,56 milhão para R$ 3,8 milhões.



Também chama atenção a redução nos gastos com Imposto de Renda e contribuições sociais (que caíram de R$ 1,65 milhão para pouco mais de R$ 600 mil no exercício), variação insuficiente para encobrir os demais encargos e a significativa elevação dos custos da prestação dos serviços hospitalares.



Ao todo, o balanço financeiro de 2012 aponta um prejuízo de R$ 391.291,00 contra um lucro de R$ 2.974.495,00 no ano anterior. Em termos de resultado aos acionistas do Vitória Apart, cada ação teve um prejuízo liquido de R$ 33 contra um lucro de R$ 254, registrado no ano anterior. Já a disponibilidade em caixa no final de cada exercício caiu de R$ 1,42 milhão para R$ 572 mil, valor do “saldo na conta” do hospital.



Esse resultado negativo deve ampliar a pressão sobre as ações judiciais que tratam do suposto desfalque estimado em torno de R$ 20 milhões após uma auditoria independente nas contas do Vitória Apart. O episódio resultou em dois processos judiciais em tramitação contra quatro ex-diretores: uma ação cautelar que visa a reparação do dano e uma ação penal oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) após ser comunicado dos fatos – deflagrando a Operação Hipócrates.



Desde agosto de 2011, o juízo da 2ª Vara Cível da Serra determinou a indisponibilidade de bens de quatro ex-diretores do Vitória Apart Hospital por gestão fraudulenta no grupo. Foram denunciados os médicos: Adão Céllia, Paulo Anécio Paste, Manoel Gonçalves Carneiro Netto e Gilson Elmar Fernandes Martins (representado pelo seu espólio).



Segundo a denúncia formulada pela atual direção do hospital, uma auditoria realizada pela consultoria KPMG revelou um desfalque de R$ 20 milhões nas contas do hospital. A suspeita de lesão aos demais associados começou após a descoberta de um contrato de gestão compartilhada com a empresa Vida Saudável S/C Ltda (operadora de planos de saúde), porém, o vínculo não havia sido deferido pelo Conselho de Administração do hospital.



Consta na petição inicial de que esse contrato teria sido assinado pelo então diretor-presidente Paulo Anécio Paste. Em seguida, o Conselho de Administração deliberou pela expressa desautorização do contrato. Diante das suspeitas levantadas por este contrato, a direção determinou a abertura de uma auditoria independente.



De acordo com os autos, a auditoria nas contas do hospital teria apontado também a existência de notas fiscais frias, "Air Liquide" (pagamentos à empresa que teriam retornado na conta dos ex-diretores), desvio de dinheiro envolvendo o Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), além de irregularidades na baixa de dívida do INSS e saídas de caixa do hospital.

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