Sábado, 04 Mai 2024

Desembargador nega liberdade para advogado-pastor da Igreja Maranata

O desembargador Adalto Dias Tristão, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), negou o pedido de habeas corpus em favor do advogado e pastor evangélico Carlos Itamar Coelho Pimenta, preso sob acusação de coagir testemunhas nas investigações de supostas fraudes cometidas pela administração da Igreja Cristã Maranata. Além dele, outros três dirigentes da igreja estão presos por determinação do Ministério Público Estadual (MPE), que alega a existência de ameaças até mesmo contra autoridades.



Na decisão prolatada na noite dessa quinta-feira (14), o desembargador optou por aguardar a juntada das informações já requeridas à autoridade coatora, como a manifestação da Procuradoria de Justiça, “que lançará parecer nos autos para uma análise mais aprofundada acerca dos fundamentos lançados neste remédio constitucional”.



A defesa argumentou que o pastor Carlos Itamar, que também é advogado, tem contra si apenas a imputação de ter coagido uma testemunha, “não havendo qualquer indicação de sua participação em outra ação delituosa”. No entanto, ele foi um dos presos na operação realizada nessa terça-feira (12) após a notícia de ameaças contra testemunha no processo de investigação criminal de supostas irregularidades cometidas pela cúpula da Igreja Maranata.



As investigações apontaram um esquema de desvio do dinheiro recolhido com o dízimo dos fiéis que, segundo apurações preliminares, chegam a R$ 21 milhões. Os supostos crimes praticados pelos líderes da Maranata incluem remessa ilegal de recursos para as igrejas do exterior, criação de empresa irregular, contrabando e fraudes fiscais. Estão presos: Élson Pedro dos Reis, pastor que assumiu a presidência da Maranata no final de 2012; o também pastor Amadeu Loureiro Lopes, e o ex-presidente e um dos fundadores da igreja, Gedelti Victalino Gueiros, que está em prisão domiciliar por ter mais de 80 anos.



No dia das prisões, o promotor de Justiça Paulo Panaro explicou que agora caberá à Justiça interpretar a mudança repentina das testemunhas e decidir qual depoimento é válido. O promotor afirmou ainda que as lideranças da Maranata usaram a própria bíblia para coagir as testemunhas. Ele esclareceu que os trabalhos de investigação não têm como intenção macular a imagem da Igreja Cristã Maranata, ao contrário, “respeita-se integralmente a liberdade de crença, direito constitucional de exercício ao culto religioso”.

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