Eliana Munhós é a segunda desembargadora da história do TJES
“Serei no Tribunal o que sempre fui na primeira instância: um juiz que, antes de consultar os manuais da doutrina ou as revistas de Direito, aconselha-se com a própria consciência e dispõe de bravura moral para não atraiçoá-la”. Essa foi uma das frases de efeito da nova desembargadora do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), Eliana Munhós (foto), em seu discurso de posse, nesta quinta-feira (9), no Pleno do TJES.
A desembargadora é a segunda mulher a ocupar o mais alto cargo da corte estadual, a primeira foi a desembargadora Catharina Maria Novaes Barcellos. Eliana Munhós disse estar vivendo um dos momentos mais inesquecíveis da vida dela.
Durante seu discurso, a desembargadores, por diversas vezes arrancou aplausos da plateia. Um dos que aplaudiram a nova magistrada foi o governador Renato Casagrande, que destacou a importância da participação das mulheres nas instituições capixabas por mérito.
“A desembargadora chega com a função de fazer história no Tribunal, com o compromisso com as mais legítimas aspirações de nosso povo por justiça. É uma mulher que chega por méritos ao mais alto posto da magistratura e traz alegria para o Tribunal de Justiça e para o Espírito Santo. Na verdade, este é um grande dia e devemos comemorar”, disse Casagrande.
Lembrando que era advogada de uma grande empresa e que, na época, os vencimentos de juiz não eram atraentes, Eliana disse que o momento vivido em sua posse valia cada lágrima derramada pela filha Andréia, que servia de incentivo para que ela prosseguisse em sua caminhada quando era juíza em São Mateus e a família distante da família que vivia em Vitória.
“Eu sempre fui determinada. Quando o Vinicius, meu filho, nasceu, eu retornei à magistratura 30 dias antes de vencer a minha licença maternidade porque tinha o objetivo de obter a promoção para Vitória. Quem não tem padrinho não tem regalias, então, tive que vencer por meritocracia. Nas dificuldades cada conquista é um troféu de dignidade e honra. Paguei meus estudos com crédito educativo da Caixa Econômica, porque meus pais não podiam pagar e eu não os submeteria a esse sacrifício. Por isso, desejo esse momento a eles”, disse.
No encerramento da solenidade, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, destacou a importância do momento. “Percebe-se com clareza a importância da chegada da desembargadora para o novo momento que vive o Poder Judiciário. É um novo Tribunal de Justiça para um novo Espírito Santo. Como disse Benjamin Disraeli, a vida é curta demais para ser pequena, e a desembargadora tem grandeza para oferecer, honrando a esperança do povo capixaba no Judiciário”.
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