Brasil tem cinco milhões de camponeses analfabetos
De 14 milhões de analfabetos existentes no País, cinco milhões são camponeses, segundo a Via Campesina. A denúncia foi feita durante mais um dia de manifestações no Encontro Unitário dos Povos dos Campos, das Águas e das Florestas, realizado em Brasília desde segunda-feira (20), e que conta com uma delegação capixaba. Segundo a entidade, essa realidade permite a manipulação dos trabalhadores do campo e a desorganização das comunidades, impedindo o seu crescimento.
Apesar de alguns avanços - Diretrizes Nacionais para Educação Básica nas Escolas do Campo, Conselho Nacional de Educação e a criação das bases para a implantação da Política Nacional de Educação no Campo -, o que chega ao campo é uma escola assistencialista, precária e associada aos interesses do latifúndio, desvalorizando as características de onde está inserida.
Além disso, a educação registra outros problemas graves, como é o caso da Escola Estadual de Ensino Fundamental Palhal, na zona rural de Linhares (norte do Estado), que teve que ser reformada pelos próprios moradores da comunidade.
Para a Via Campesina, o projeto de educação no campo, além da estrutura necessária, deve ser articulado com os interesses das organizações camponeses, baseada na agricultura familiar e seus variados modos de vida. O mesmo deve ocorrer nas demais escolas implantadas em comunidades tradicionais como indígenas e quilombolas, para não comprometer a experiência dessas culturas.
Durante o encontro, José Wilson, secretário de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), disse que uma escola de qualidade ajuda a fixar os trabalhadores no campo, permitindo que eles identifiquem oportunidades e potencialidades.
Os camponeses cobram do governo federal maior participação da categoria no debate sobre a educação no campo.
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