Quinta, 02 Mai 2024

Incêndio criminoso destrói terras de quilombola que denunciou Aracruz

Incêndio criminoso destrói terras de quilombola que denunciou Aracruz
 
Na madrugada desse domingo (9), um incêndio consumiu parte dos 16 hectares da propriedade rural de Manoel Pedro Serafim. O quilombola afirma convicto que o incêndio foi intencional. “Os criminosos lançaram garrafas incendiárias (tipo coquetel molotov) na vegetação”. Ele afirma que o atentado é em represália às críticas que vem fazendo à Aracruz Celulose (Fibria). 
 
Serafim foi personagem de uma reportagem especial publicada nesse domingo (9) em Século Diário, na qual ele denuncia o uso indiscriminado de veneno pela Aracruz que, segundo o quilombola, se intensificou nos últimos anos. 
 
Serafim relata que as comunidades que vivem cercadas pelas florestas de eucaliptos estão adoecendo e mesmo morrendo em decorrência do uso abusivo de veneno. “Eles incendiaram minhas terras para me intimidar, mas isso não vai me intimidar. Vou seguir lutando para impedir que o veneno continue matando as pessoas”, avisou.
 
 
O quilombola, que mora em São Mateus, a 15 minutos de sua propriedade, disse que foi avisado que suas terras estavam em chamas na madrugada do domingo (9). Serafim acionou imediatamente o Corpo de Bombeiros. “Logo depois dos bombeiros, apareceu uma brigada de incêndio da Aracruz. Não entendi como eles souberam do fogo tão rapidamente. Eles chegaram do nada”, disse com ar de espanto. 
 
Na manhã do domingo, Serafim passou a contabilizar os estragos causados pelo incêndio. Ele disse que perdeu mais de 100 pés de coco. Boa parte da madeira que estocava para fazer carvão também foi queimada. “Até a reserva de Mata Atlântica foi atingida pelas chamas”, lamentou.
 
Apesar dos prejuízos, Serafim disse que decidiu não registrar ocorrência. “Polícia? A polícia daqui só faz prender negro. Não vou perder meu tempo com polícia. Vou continuar na luta contra a Aracruz”. 
 
 
Serafim voltou a afirmar que a empresa está por trás do atentado. Ele ainda citou a reportagem de Século Diário. Disse que as pessoas perceberam a presença da equipe de reportagem, que esteve no local três ou quatro vezes em janeiro deste ano. No sábado (8), conta Serafim, a comunidade já sabia da reportagem, publicada no domingo (9). 

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