Quarta, 01 Mai 2024

Na Serra, Rede de Justiça Ambiental discutirá os grandes projetos do Estado

Na Serra, Rede de Justiça Ambiental discutirá os grandes projetos do Estado
O Estado sediará o 5º Encontro Nacional da Rede de Justiça Ambiental, que começa nesta quarta-feira (28), acontecerá no município da Serra, na sede do Sindsaudeprev (Sindicato dos trabalhadores de saúde).
 
 
O evento, de organização da Rede Brasileira de Justiça Ambiental e do Fórum dos Afetados por Petróleo e Gás do Espírito Santo, tem em seus principais objetivos o fomento da luta das populações prejudicadas pelos grandes empreendimentos desenvolvimentistas e a reflexão sobre a expansão desenfreada da produção de energia no país.
 
Até o sábado (31), serão discutidos os malefícios que as novas soluções energéticas – parques eólicos, energia nuclear, petrolíferas e agroquímicos, por exemplo – causam à população próxima às matrizes e que sofre com as consequências das grandes indústrias, que dizem trazer o ‘desenvolvimento’ às custas da degradação ambiental e do desrespeito às comunidades nativas.
 
Neste primeiro dia de encontro, será feito um mapeamento coletivo dos conflitos que existem em solo capixaba por conta da demanda energética. A programação, que seria realizada em Anchieta, no sul do Estado, foi mudada por uma questão de infraestrutura para a sede oficial do encontro, na Serra.
 
Como bem descreveu a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) em seu relatório de campo de 2012, Anchieta se torna, agora, o “olho do furacão”, com a iminência da instalação da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU) e a possibilidade da instalação de uma base de apoio portuário ligado à produção e exploração de petróleo e gás natural.
 
O Porto de Ubu também representa grande perda para a comunidade de pescadores local que, por conta do trânsito de navios, é impedida – sob ameaças de multa – de exercer seu ofício no mar. 
 
Além disso, as quatro usinas em funcionamento da Samarco provocam intensa poluição atmosférica e ambiental, sobretudo à lagoa de Mãe-Bá, na qual a água contaminada pelo processo de produção das pelotas de minério é lançada sem nenhum tratamento.
 
Iguais à Samarco, exemplos de degradação desmedida em prol do ‘desenvolvimento’ não faltam no Estado. A Aracruz Celulose, atual Fíbria, avança em terras indígenas e quilombolas, dizima córregos e empobrece o solo com sua monocultura de eucalipto. Também há o caso das populações que migraram pelos tantos empregos prometidos pela Vale e pela Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), atual ArcelorMittal, que usaram essa mão-de-obra temporariamente e fizeram com que esses trabalhadores migrassem para as periferias da capital, onde se formaram grandes bolsões de pobreza.

Veja mais notícias sobre Meio Ambiente.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quarta, 01 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/