Sexta, 19 Abril 2024

Fundação Renova cancela auxílio financeiro a pescadores do Estado

barco__rio_doce_facebook_mab Facebook/MAB

No Dia do Pescador e da Pescadora, muitos que atuam no Rio Doce receberam um presente amargo da Fundação Renova. A entidade responsável pela reparação do crime socioambiental da Samarco/Vale-BHP começou a enviar, nessa segunda-feira (29), mensagens a atingidos informando sobre o cancelamento do auxílio financeiro emergencial para aqueles "já tiveram tiveram restabelecidas as condições para retomada de atividade econômica ou produtiva, com base nos resultados de estudos técnicos e científicos".

"Foi um susto. Ficou todo mundo perplexo e um pouco confuso", relata Heider Boza, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Espírito Santo, que publicou carta no dia seguinte contestando a medida. O movimento alega que o aviso enviado por carta a atingidos cadastrados afirma que "não há impedimento para o exercício da pesca para consumo próprio na calha do Rio Doce em Minas Gerais e no Espírito Santo, uma vez que não há proibição legal de pesca nessas regiões" e que "desse modo, não há causa para interrupção da atividade."

O MAB avalia que a medida pode afetar a renda básica de até 7 mil atingidos em pleno período de pandemia, já que não há proibição oficial de pesca no rio nem no litoral, com exceção da faixa de exclusão entre Santa Cruz (Aracruz) e Degredo (Linhares). "Além de ser completamente injusto, tudo está sendo feito sem um plano de transição real ou um tempo adequado, tampouco foram tomadas medidas estruturantes de longo prazo para a retomada do trabalho e renda, em respeito à natureza das atividades nas diferentes partes dos territórios atingidos", pontuou em nota o movimento.

Segundo o informe da Fundação, as pessoas que terão auxílio cancelado vão receber o mês de julho e ainda um último pagamento em agosto referente a três meses: agosto, setembro e outubro, encerrando em definitivo os auxílios emergenciais.

Heider aponta que a medida foi tomada sem consulta aos atingidos e aos entes de governança e órgãos jurídicos que acompanham o caso, como o Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União.

O coordenador do MAB considera mais grave ainda que a Renova alegue a condição das águas como argumento para retirar o auxílio, dando a entender que os pescadores devem voltar a pescar. O tema chegou até a sessão da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (1), em que o deputado Marcos Garcia (PV) questionou: "Mesmo que o pescador consiga pescar, quem vai comprar esse peixe, se a notícia que se tem é de contaminação do rio? Qual a credibilidade da qualidade do peixe?".

A gravidade é que embora estudos possam demonstrar limpeza da água, Heider lembra que o mesmo não acontece com a vegetação e com os animais, como os peixes, que podem ter contaminação ainda mais alta por conta da exposição e acúmulo dos resíduos tóxicos ao longo do tempo, conforme confirmam estudos e relatórios de entidades como Lactec e Rio Doce Mar para o Ministério Público Federal. Assim, a Renova induziria os pescadores a voltarem a suas atividades, o que poderia representar riscos para a saúde num momento em que os centros médicos já enfrentam graves problemas devido ao novo coronavírus.

Para o líder do MAB, a entidade se aproveita da complexidade do momento de pandemia, em que há debilidade de ação para os órgãos e instituições de Justiça, além da dificuldade de organização dos movimentos sociais para realizar assembleias, reuniões e manifestações que possam contestar as decisões tomadas.

No entendimento do movimento, com os cortes, os pescadores ficam entre arriscar a saúde ou ficar sem renda, já que o MAB considera um fiasco os programas propostos e implementados pela fundação para fomentar alternativas econômicas. Heider cita o relatório de monitoramento da Ramboll, apontando que o programa de Retomada das Atividades Aquícolas e Pesqueira aplicou apenas 5% do total de recursos previsto.

O deputado Marcos Garcia, que é de Linhares, conclamou os legisladores a atuarem diante da medida. "Nós deputados devemos nos unir para cobrar explicações para a situação de descaso da Fundação Renova e de abandono que os impactados pela lama da Samarco estão vivendo na nossa região", destacou.

O Movimento dos Atingidos por Barragens levantou uma série de reivindicações sobre o caso:

Veja mais notícias sobre Meio Ambiente.

Veja também:

 

Comentários: 4

Alberto Henrique Verissimo Machado em Quinta, 02 Julho 2020 07:34

A muito eu venho acompanhando a questão. E É primeira vez que opino. E faço uma pergunta não só a todos o s atingidos, mas a todos os brasileiros.( se fosse uma empresa brasileira em solo estrangeiro,o que teria acontecido a empresa, quais as penalidades que seriam aplicadas a empresa ?) Essa empresa vem explorando nossas riquezas minerais pilhando nosso país a anos tomou conta do nossas riquezas aproveitando bandalheira política e corrupta para fazerem o que querem destruir a natureza e ficar por isso mesmo sem sofrer punição, nos brasileiros devemos mostrar que não vai ficar assim. Essa tragédia teve danos irreversíveis à natureza ,você acha que uma reparação financeira vai mudar alguma coisa no meio ambiente,? Eu digo que não! Na verdade eu ficaria mais tranquilo se está empresa fosse fechada desativada e outra empresa responsável assumisse a exploração com mais responsabilidade e que tudo não fosse para no campo político. Essas penalidades que ela está sofrendo e pouco não é nada diante dessa tragédia ocasionada por ela. E além do mais ela está resultando em não pagar eu não sei porque , as riquezas que ela ela extrai nos pertencem está em solo brasileiro ,gostaria de falar mais má s e um desabafo de cidadão brasileiro indignado com a decisão da justiça sempre lenta ,passou da hora dessa empresa responder pelos danos ambientais causados por ela , no teria que ser desativa! Sou pescador artesanal .norte do Espírito Santo, fomos atingidos aqui também.

A muito eu venho acompanhando a questão. E É primeira vez que opino. E faço uma pergunta não só a todos o s atingidos, mas a todos os brasileiros.( se fosse uma empresa brasileira em solo estrangeiro,o que teria acontecido a empresa, quais as penalidades que seriam aplicadas a empresa ?) Essa empresa vem explorando nossas riquezas minerais pilhando nosso país a anos tomou conta do nossas riquezas aproveitando bandalheira política e corrupta para fazerem o que querem destruir a natureza e ficar por isso mesmo sem sofrer punição, nos brasileiros devemos mostrar que não vai ficar assim. Essa tragédia teve danos irreversíveis à natureza ,você acha que uma reparação financeira vai mudar alguma coisa no meio ambiente,? Eu digo que não! Na verdade eu ficaria mais tranquilo se está empresa fosse fechada desativada e outra empresa responsável assumisse a exploração com mais responsabilidade e que tudo não fosse para no campo político. Essas penalidades que ela está sofrendo e pouco não é nada diante dessa tragédia ocasionada por ela. E além do mais ela está resultando em não pagar eu não sei porque , as riquezas que ela ela extrai nos pertencem está em solo brasileiro ,gostaria de falar mais má s e um desabafo de cidadão brasileiro indignado com a decisão da justiça sempre lenta ,passou da hora dessa empresa responder pelos danos ambientais causados por ela , no teria que ser desativa! Sou pescador artesanal .norte do Espírito Santo, fomos atingidos aqui também.
atingido em Quinta, 02 Julho 2020 16:19

Aproveitadores, visão lucro em vez da vida. Além de arcar com as indenizações também tem que assumir tribunalmente pelos danos ambientais severos. Se eu pesco em um período de defeso eu tomo multa e se bestar sou preso pelo resto da vida, eles destruirão , alem de um rio inteiro , familias, expectativa de vida, lazer sonho de muita gente. Mas ao ver de todos o errado e o pescador e a população atingida.

Aproveitadores, visão lucro em vez da vida. Além de arcar com as indenizações também tem que assumir tribunalmente pelos danos ambientais severos. Se eu pesco em um período de defeso eu tomo multa e se bestar sou preso pelo resto da vida, eles destruirão , alem de um rio inteiro , familias, expectativa de vida, lazer sonho de muita gente. Mas ao ver de todos o errado e o pescador e a população atingida.
francisco das chagas fabiano dos santos em Segunda, 21 Setembro 2020 18:08

e muita covardia o qui fizeram com migo pois sou pescador profissional de alto mar trabalho como pescador nas águas capixabas trabalho como pescador de camarão e não fui aprovado pra receber pois tenho 3 filhas moro em vitoria es.trabalho de barco de arrastão de camarão de 7 barba e nen se quer eles me aprovaram pois tenho direito de receber como pescador.pois sou pescador de verdade.so so deus pra me ajudar nessa ocasião. tem gente qui não vive da pesca e talvez recebeu.mais quem vove da pesca de verdade como eu qui tenho direito e não recebie.quer me procurar pra saber se sou pescador vem aqui em vitoria ou santa cruz pois vcs vão entender sobre minha situação

e muita covardia o qui fizeram com migo pois sou pescador profissional de alto mar trabalho como pescador nas águas capixabas trabalho como pescador de camarão e não fui aprovado pra receber pois tenho 3 filhas moro em vitoria es.trabalho de barco de arrastão de camarão de 7 barba e nen se quer eles me aprovaram pois tenho direito de receber como pescador.pois sou pescador de verdade.so so deus pra me ajudar nessa ocasião. tem gente qui não vive da pesca e talvez recebeu.mais quem vove da pesca de verdade como eu qui tenho direito e não recebie.quer me procurar pra saber se sou pescador vem aqui em vitoria ou santa cruz pois vcs vão entender sobre minha situação
Jeane Paula Nascimento em Domingo, 13 Dezembro 2020 16:54

Eu não aceito moro no meio do rio vivi um terror aqui sem água tendo que ganhar de parentes o de comer não fui endezada tomamos banho foi na lama da samarco endenizaram gatos e cachorros sem saber si elis vivia das atividades mesmo ,sou ilheira vivo da água do peixe ate agora nada de indenização e vêm dizer que vai cortar paga primeiro o que vcs deve a quem de direito tem que ser indezados não àqueles que vcs pegaram sem saber o que realmente faziam prá ganhar a vida eu estou aqui na ilha do mangueral

Eu não aceito moro no meio do rio vivi um terror aqui sem água tendo que ganhar de parentes o de comer não fui endezada tomamos banho foi na lama da samarco endenizaram gatos e cachorros sem saber si elis vivia das atividades mesmo ,sou ilheira vivo da água do peixe ate agora nada de indenização e vêm dizer que vai cortar paga primeiro o que vcs deve a quem de direito tem que ser indezados não àqueles que vcs pegaram sem saber o que realmente faziam prá ganhar a vida eu estou aqui na ilha do mangueral
Visitante
Sexta, 19 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/