Quinta, 02 Mai 2024

Alimentando o terror

Neste domingo (17) a Igreja Católica dá início à Campanha da Fraternidade 2013, com o tema “Fraternidade e Juventude”. A intenção é fazer uma reflexão sobre o papel do jovem na sociedade, sem esquecer a alarmante situação de risco em que esta parcela da população está inserida.



Os números facilitam a constatação: o Estado está no topo da taxa de homicídios de jovens negros, de acordo com o "Mapa da Violência 2012 – a cor dos homicídios do Brasil", com taxa de 140,2 homicídios por grupo de 100 mil habitantes.



Enquanto os números mostram a trágica situação dos jovens negros e pobres do Espírito Santo, um discurso de terror se espalha pela mídia, ignorando as condições sociais que circundam os dados. Esse discurso se baseia em alarmar a população sobre a insegurança causada pelo uso de drogas. Como em um alerta para que a população mantenha a vigilância e se tranque em casa. O carnaval serviu de referência para a disseminação desse discurso.



Mas o que está por trás dessa intenção de manter sob o domínio do medo a população? Em "Fahrenheit-9/11", o cineasta Michael Moore da algumas pistas de como a classe política se apropria das desgraças sociais para pregar o discurso do medo e com ele alcançar alguns objetivos nada edificantes. No documentário de 2004, Moore mostra como o discurso do combate ao terrorismo após o atentado de 11 de setembro de 2001 alimentaram um esquema político e econômico, que culminou com a  invasão ao Iraque pelos Estados Unidos.



A luta do País contra o controle do tráfico de drogas, a disseminação do crack e a insegurança são situações evidentes, que vem influenciando no comportamento social do brasileiro nas últimas décadas. Como o Espírito Santo é líder nesses vergonhosos índices, por aqui, o discurso da “valorização da família” e o combate ao crack serviram de plataforma política para muitos candidatos que disputaram as eleições municipais no ano passado e devem também balizar os palanques da disputa proporcional e majoritária no próximo ano.



Quanto maior a sensação do cidadão de que está refém da violência, discurso esse que também e reforçado pela mídia, maior o campo político para se trabalhar eleitoralmente a tragédia humana. Passada a eleição, falta debater com a população e planejar políticas públicas que envolvam atuação integrada nas áreas de educação, geração de emprego, assistência social, saúde, esportes e segurança. Mas isso  não dá voto.



Fragmentos:



1 – O senador Ricardo Ferraço e o deputado federal Lelo Coimbra, ambos do PMDB, estão na comissão mista que vai discutir a mudança na distribuição do ICMS. Mas para o mercado político essa é mais uma batalha que o Espírito Santo deve perder.



2 – Se o grupo aliado ao presidente da Câmara de Vitória, Fabrício Gandini (PPS), conquistar a Associação de Moradores de Jardim da Penha, o vereador amplia seu capital político para além de Jardim Camburi, onde já mostrou força.



3 – Quem vai ter mais influência na escolha do sucessor: Bento XVI na eleição do novo papa ou Sérgio Vidigal na troca de comando do PDT no Espírito Santo?

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