No PSB, partido do governador Renato Casagrande, a escolha em Vitória oscila entre o vice-prefeito Sérgio Sá e o deputado estadual Sergio Majeski. No Republicanos, liderado pelo deputado federal Amaro Neto, a dúvida maior está em Vila Velha e fica entre manter o nome de Hudson Leal ou apoiar o emedebista Dr. Hércules, em troca de apoio a Amaro na capital do Estado.
Esse é o quadro nesses partidos, detentores de protagonismo na política estadual, em dois dos mais importantes redutos eleitorais do Espírito Santo, nesta terça-feira (28), um dia depois da abertura do prazo para inscrição no livro de pré-candidaturas do PSB, que será encerrado na próxima segunda-feira (3).
O presidente da Executiva estadual do PSB, Alberto Gavini Filho, está convocando uma reunião para esta data, quando serão anunciados os concorrentes às eleições de outubro desse ano. No encontro, será abordada a situação das executivas municipais, que se relacionam, também, com pré-candidaturas nos demais municípios.
O vice prefeito de Vitória, Sérgio Sá, considerado um gestor eficiente como secretário de Obras e em outros cargos públicos, tendo ainda experiência no Legislativo, como vereador, é visto no mercado político com baixa visibilidade eleitoral, mas demonstra pretensão em concorrer à prefeitura.
No entanto, prefere deixar a definição para depois: “Ainda estou avaliando”, diz, apesar das articulações que promove visando o fortalecimento de seu nome. Nas redes sociais e em atos públicos, Sérgio Sá amplia sua base, em um discreto embate com o prefeito Luciano Rezende (Cidadania), mentor da candidatura do deputado estadual Fabrício Gandini, lançada em 2019, mas ainda sem alcançar a sustentação desejada.
O nome do PSB inicialmente cogitado para as eleições em Vitória, deputado estadual Sergio Majeski, o mais votado no Estado no pleito de 2018, possui forte apoio das bases eleitorais, mas encontra resistência entre lideranças mais destacadas, principalmente por sua postura independente na Assembleia Legislativa.
O parlamentar adota posicionamentos que muitas vezes contrariam projetos do governador Renato Casagrande e, também, o corporativismo existente no Poder Legislativo e, dessa forma, coloca-se em oposição a práticas da política tradicional. Servem como exemplos a questão da redução do número de cargos comissionados, a abertura da chamada caixa-preta dos incentivos fiscais e o cumprimento da Constituição no que se trata da aplicação de recursos financeiros para o setor educacional.
Vale lembrar que em 2018 Majeski teve rejeitada a candidatura ao Senado pelo PSB. O governador Renato Casagrande, a maior liderança do partido no Estado, optou pelo novato Marcos do Val, então no PPS, hoje Cidadania, atendendo ao alinhamento com o prefeito de Vitória, Luciano Rezende. Eleito, Do Val mudou para o Podemos.
No Republicanos, o deputado estadual Hudson Leal articula para manter a pré-candidatura anunciada em 2019 para Vila Velha e esfriada depois da constatação da reduzida densidade eleitoral, conforme levantamentos realizados pelo partido. Ele teria até o dia 15 de fevereiro para ampliar a pontuação, caso contrário será selado o alinhamento com o MDB, fortalecendo a movimentação do Dr. Hércules em Vila Velha.
As conversas estão bastante adiantadas e no mercado político a pretensão de Hudson Leal já é vista como rejeitada pelo Republicanos, que pretende, com essa aliança, garantir a Prefeitura de Vila Velha e, para o partido o mais importante, ganhar uma fatia do eleitorado das classes A e B em Vitória, onde Amaro Neto encontra rejeição significativa.