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Hartung mantém distância segura do processo eleitoral de 2016

Em duas horas de entrevista à rádio CBN Vitória na manhã desta quinta-feira (29), o governador Paulo Hartung (PMDB) aproveitou para lustrar a vitrine de seu terceiro mandato, ressaltando o discurso que vem repetindo desde o processo eleitoral. Disse que recebeu o Estado quebrado, buscando não se indispor com o governo federal e mantendo o mistério sobre suas movimentações para o processo eleitoral do próximo ano. 
 
Hartung falou sobre a crise e a previsão de retração da economia em 3% em nível nacional e admitiu que no caso do Espírito Santo, a situação não é tão ruim. Novamente retomou o discurso da desorganização da máquina pública e acredita que o Estado e o País possam ter uma melhora no próximo ano, mas isso vai depender dos desdobramentos da crise nacional. 
 
Sobre seu posicionamento em relação à crise em Brasília, o governador afirmou que está se posicionando mais. Ele, porém, não entrou na discussão partidária. Não defendeu impeachment da presidente Dilma, mas destacou o descontrole da política e a crise ética. 
 
Quanto ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que é seu correligionário, Hartung afirmou que o peemedebista não tem mais condições de estar no comando da Casa, diante das acusações que lhe são imputadas. Ele fez questão, porém, de destacar a diferença entre as lideranças do partido e não só do PMDB. 
 
Apesar de haver mais de 30 partidos, destacou o governador, não há tantas ideologias representadas e as lideranças são diferentes, assim como as direções regionais do PMDB. 
 
Sobre o processo eleitoral de 2016, o governador afirmou à CBN que o processo ainda está distante e que seu foco será o governo do Estado, mas advertiu: “Não direi desta água não beberei”, sinalizando que vai estar envolvido na campanha, sim. Embora esteja se movimentando nos bastidores, as declarações do governador mostram que sua estratégia continua a mesma: evitar antecipação de um posicionamento. 
 
Ainda na entrevista, o governador destacou os programas de seu governo, como o Escola Viva, e elogiou o perfil técnico de seu secretariado. Mas essas falas não encontram eco nos bastidores. A movimentação dos secretários do governador tem irritado a classe política, assim como a acomodação de aliados em algumas pastas e cargos de importância. 
 
Quanto ao projeto Escola Viva, a movimentação do governador para dar visibilidade ao projeto piloto em São Pedro é uma estratégia de marketing para transformar o programa na marca do terceiro mandato. Mas a realidade das demais escolas anda em descompasso com essa imagem vendida pelo governo. 

Reação 
 
O ex-governador Renato Casagrande (PSB) comentou a entrevista de Hartung à CBN Vitória. Para o socialista o seu sucessor mentiu. Ele afirmou que o Estado é o mais bem preparado para enfrentar a crise.  “Deixamos o comprometimento da folha de pagamento dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, 43,4% da receita corrente líquida”, disse. 

 

O ex-governador afirmou ainda que deixou o comprometimento de apenas 26% da receita corrente líquida. Disse ainda que a gestão deixou R$ 2 bilhões em caixa, muitas obras concluídas, muitas obras em andamento e com as instituições funcionando. “O Estado está organizado. É hora de começar a trabalhar e parar de mentir”, provocou.
 

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