Postagens de usuários visam desacreditar processos judiciais por suposto uso irregular de dinheiro público
O processo está em fase das alegações finais e, nesta sexta-feira (13), expira o prazo aberto no último dia 10 para que os denunciados por uso irregular de dinheiro público, Fabrício Gandini e o prefeito Luciano Rezende (Cidadania) apresentem suas defesas. Em seguida virá a sentença do juiz José Luiz da Costa Altafim, o mesmo de outro processo contra Gandini, de situação idêntica, que autorizou a operação de busca e apreensão na Prefeitura de Vitória, nas produtoras de vídeo Black Vídeo e Crona, e a empresa Enquet Pesquisa de Opinião, no último dia cinco.
As publicações nas redes sociais visam confundir o eleitor, afirmando que reportagem é “fake news”, “notícia falsa” “Oh povo para inventar. Eu voto nele e prontoooo, é o melhor”, assinadas por perfis como Denise Reis, Rubinho Carteiro, Valéria Damasceno, Mateus Pontes, entre outros, alguns com características de robôs.
A publicação assinada por Denise Reis traz a frase “Quem votar em Gandini terá o voto anulado”, carimbada com um “fake news” em vermelho e letras maiúsculas. As características são idênticas aos modelos utilizado por sistemas de disseminação de notícias falsas, a fim de confundir o eleitor com a desinformação. Isso porque em momento alguma a matéria de Século Diário fala em anulação de voto e, sim, em cassação do registro da candidatura de Gandini.
Os termos da abertura do processo são os seguintes: número 0600054-82.2020.6.08.0001 – Classe Representação – órgão julgador, 001ª Zona Eleitoral de Vitória ES. Justiça Eleitoral – PJe – Processo Judicial Eletrônico – Partes Procurador/Terceiro vinculado Partido Social democrático (PSD) – Vitória ES, representante, Leonardo Neves Corteletti, Everaldo Neves Corteletti, advogados; Luciano Santos Rezende e Fabrício Gandine Aquino, representados, tendo como advogado Marcelo Souza Nunes.
A denúncia obteve parecer favorável do Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio do promotor Sandro Rezende Lessa, que aponta a irregularidade em gravação de um vídeo pré-eleitoral de Gandini produzido por agência de publicidade que tem contrato com a prefeitura e compartilhado no Facebook, Instagram e em outros meios.
A representação foi movida pelo vereador, hoje candidato a prefeito de Vitória, Mazinho dos Anjos, do PSD.
Investigação
No outro processo, o juiz José Luiz Altafim, acolheu o pedido da Coligação Vitória Unida é Vitória de Todos, do candidato Lorenzo Pazolini (Republicanos), e determinou a realização de busca e apreensão nas empresas e na secretaria que foi chefiada por Gandini. Além disso, determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário das empresas investigadas.
A decisão foi questionada junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) e, nessa quinta-feira (12), a corte eleitoral afirmou não ver qualquer ilegalidade nos trâmites em curso. Ao negar o pleito de Gandini, o corregedor do TRE-ES, desembargador Carlos Simões Fonseca, destacou: “Não encontrei qualquer ilegalidade, abuso de poder ou teratologia a embasar a correição pleiteada”. A ação, portanto, segue em tramitação na Justiça Eleitoral.

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