Com o novo cenário que se desenha para o jogo político do Espírito Santo, a forma como vai se comportar o plenário da Assembleia tem servido de exercício para os observadores que apontam possibilidades de composição para a nova legislatura. A ideia é de que o “grupo de sobreviventes” do processo eleitoral possa estabelecer uma relação com alguns novatos no sentido de unir forças projetar movimentações visando o futuro eleitoral em suas bases.
O ponto de união entre essas lideranças seria a capacidade de aglutinação eleitoral, independentemente da influência palaciana no eleitorado dos parlamentares. Entre os reeleitos em condições de se unirem, o mercado político aponta para Da Vitória (PDT), Gilsinho Lopes (PR), Marcelo Santos (PMDB), Marcos Mansur (PSDB), Freitas (PSB), entre outros. Esses parlamentares conseguiram uma boa votação, sem estarem amarrados a palanques majoritários.
Essas lideranças podem se aproximar de deputados eleitos que também têm essa característica de não dependerem de apadrinhamento palaciano, como Amaro Neto (PPS), que conseguiu uma votação substancial graças à audiência conquistada na TV. Além dele, estão os ex-prefeitos de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos (PSD), e de São Gabriel da Palha, Raquel Lessa (SD), que também têm suas bases eleitorais sólidas na região noroeste do Estado. Erick Musso (PP) é outro nome que se destaca na política de Aracruz, devido à influência política da família na região.
A situação deles é diferente de outros dois bem votados. Guerino Zanon (PMDB), por exemplo, tem um capital próprio, mas sua ligação com Hartung é muito mais proveitosa para ele do que reforçar um grupo independente. O ex-prefeito de Guarapari, Edson Magalhães (DEM), é ligado ao presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), e sua relação com o Executivo vai depender do interesse do padrinho político.
Esses são alguns dos parlamentares que se destacam no plenário por terem esse capital de votos mais independente. Eles podem criar um bloco que garanta uma articulação política que não fique dependente do governo do Estado. Esta seria uma alternativa para evitar desgastes políticos que possam vir da relação entre Executivo e Legislativo.