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Ethel Maciel assume cargo no Ministério da Saúde na gestão de Nísia Trindade

A epidemiologista e professora da Ufes está à frente da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente

A epidemiologista e professora do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, assumiu a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. Seu nome foi anunciado durante a cerimônia de posse da ministra Nísia Trindade Lima, na manhã desta segunda-feira (2). Na ocasião, o ex-secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, assumiu a Secretaria de Atenção Primária em Saúde.

Graduada em Enfermagem pela Ufes, Ethel se apaixonou pela pesquisa e seguiu se especializando na área de epidemiologia. Realizou o doutorado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e, na universidade referência mundial nos estudos epidemiológicos, a Johns Hopkins University (EUA), concluiu o pós-doutorado.

Foi presidente da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose, cargo que deixou para assumir a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. Desponta também em seu currículo sua participação na gestão universitária como vice-reitora, na gestão de Reinaldo Centoducatte. Apesar de no último pleito ter sido eleita para o cargo de Reitora, foi preterida pela nomeação do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ethel é mãe de três filhos e defensora da educação de qualidade. Uma característica que pode ser desconhecida para a maioria em relação à personalidade pública da Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde é sua paixão pelo balé. A dança clássica foi sua primeira profissão. Aos 17 anos dava aulas de balé na sua cidade natal, Baixo Guandu, no noroeste do Estado. Outro ponto forte em seu trabalho dentro e fora da universidade envolve a causa das mulheres na ciência, sendo, inclusive, autora do livro “Mulher na Ciência – Lutar e existir em tempos de pandemia”, lançado em setembro último.
A obra apresenta, na primeira parte, textos inéditos produzidos pela autora durante quase dois anos, entre fevereiro de 2020 e dezembro de 2021, e uma coletânea de artigos publicados no jornal A Gazeta. Na segunda parte, escritos também exclusivos de amigos e colegas mais próximos, sobre o trabalho de orientação de políticas públicas para o combate ao vírus, realizado em âmbito estadual e nacional.
A possibilidade da nomeação de Ethel já era comentada nos bastidores em virtude da atuação da epidemiologista no combate à pandemia da Covid-19. A professora chegou a integrar, em 2020, o corpo técnico da Sala de Situação para o coronavírus do governo do Espírito Santo no início da crise sanitária e também integrou a equipe do Plano Nacional de Vacinação contra Covid-19, tendo decidido sair quando percebeu o estelionato por parte do governo federal.
Durante todo o tempo, defendeu o fortalecimento da atenção primária e se posicionou contrária à postura negacionista do governo Bolsonaro (PL). Em março de 2021, por exemplo, Ethel apontou o equívoco da estratégia de abrir leitos esperando as pessoas chegarem doentes. Isso aconteceu após declarações atribuídas à “cúpula do Ministério da Saúde” em reportagem publicada no jornal Valor Econômico, dando conta de que o governo federal estimava que, ainda naquele mês, o Brasil atingiria picos de mais de três mil mortes diárias pela Covid-19. Segundo a reportagem, o alto escalão da pasta de Saúde do governo federal entendia que a única coisa a fazer diante dessa tragédia era abrir mais leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e enfermaria.
Apesar de ter declarado apoio à reeleição de Casagrande este ano, durante a pandemia Ethel não poupou críticas a ações do governo estadual quando as considerava equivocadas, como no início de 2022, quando reforçou a posição a favor da vacinação infantil antes do retorno às aulas diante da afirmação do secretário estadual de Educação, Vitor de Ângelo, de que não era necessário aguardar a conclusão da vacinação das crianças de cinco a onze anos para o início do ano letivo de 2022.
União e reconstrução”
Após a cerimônia de posse em Brasília, Ethel Maciel comentou em suas redes sociais sobre “a imensa honra e alegria” com que aceitou o convite. “Após estes últimos anos, que pareceriam não ter fim, vamos trabalhar por um futuro melhor. Temos a confiança de que isso é possível: o nosso SUS é a maior prova do quanto o Brasil pode fazer na área da Saúde. Agradeço ao convite e à confiança da ministra Nísia Trindade, bem como de toda a equipe do novo Governo Federal, principalmente do presidente Lula”, declarou. “Seguirei dedicada à luta por um país cada vez mais justo e acolhedor a todos e todas. É momento de união e de reconstrução. Contamos com a colaboração de vocês”.

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