Trabalhadores protestam nesta sexta-feira contra fechamento da Utin do Dório Silva

O fechamento da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Hospital Dório Silva, na Serra, com a transferência dos serviços para o Hospital Estadual Infantil e Maternidade Dr. Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, causa apreensão tanto em usuários do hospital quanto em trabalhadores. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado (Sindsaúde-ES) os setores do Dório Silva estão sendo desativados sem a devida preparação. O temor é que o hospital, com o tempo, feche as portas para a população. 

 

Qualquer transferência acaba por sobrecarregar a outra unidade. No caso do Himaba, soma-se a isso o fato de o hospital ser referência em atenção neonatal em Vila Velha, atendendo grande contingente de pacientes deste município. 

 

Para cobrar da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mais transparência sobre as desativações de setores do Dório Silva, além de alertar a população para os riscos que o fechamento de áreas da unidade traz, os trabalhadores da saúde realizam, nesta sexta-feira, uma manifestação que sairá da BR-101, em Colina de Laranjeiras, na Serra, com destino ao hospital Dório Silva, em Laranjeiras.

 

Os manifestantes reivindicam que a Utin do Dório Silva não seja transferida para o Himaba. Segundo a entidade, a transferência vai acarretar falta de leitos para a população da Serra e de todo o norte do Estado, e também para pacientes do sul da Bahia, uma vez que os atuais 26 leitos da Utin do Dório Silva funcionam como retaguarda para o hospital Jayme Santos Neves, também localizado na Serra.

 

O Sindsaúde também aponta que o governo considera apenas aspectos econômicos, afetando diretamente o sistema de remoções, que podem demorar mais de 24 horas para serem feitas. Além disso, o Himaba não conseguirá absorver toda essa demanda, mesmo com a transferência da Utin, uma vez que a estrutura e as equipes não serão suficientes em um hospital em que hoje a situação é de até três crianças dividindo o mesmo leito.

 

Os trabalhadores exigem também que mais de 40 leitos que estão fechados no Dório Silva, distribuídos entre duas enfermarias e uma sala de urgência desativadas, sejam reocupados, e os trabalhadores demitidos sejam recontratados desafogando outros hospitais superlotados, como São Lucas, em Vitória e o Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha.