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​’Precisamos que os deputados sensibilizem o governo’, defendem peritos

Servidores realizaram protesto na Assembleia e dialogaram com parlamentares sobre reivindicações 

Os peritos do Estado dialogaram com os deputados nesta segunda-feira (21) para apresentar suas reivindicações. “Precisamos que os deputados sensibilizem o governo”, defendeu o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti. A categoria lotou as galerias da Assembleia Legislativa, durante sessão que aprovou as propostas de reajuste linear de 6% para o funcionalismo público.

Os peritos reivindicam a retomada do diálogo com a gestão de Renato Casagrande (PSB) para tratar de assuntos como a autonomia da Perícia e a valorização salarial, já que a categoria no Espírito Santo recebe o salário mais baixo do País.

Divulgação

“A Perícia tem que ser tratada com seriedade. Todo mundo é adulto, é maduro, tem condições de discutir sobre a situação da Perícia capixaba”, diz Tadeu.

A deputada estadual Janete de Sá (PMN) declarou apoio aos peritos durante a sessão desta segunda. “Eles prestam um trabalho de grande relevância para elucidação dos crimes. Esses profissionais não aguentam mais trabalhar em condições precárias e ganhar o pior salário do país. A luta é justa e merece o apoio desta casa e da sociedade”, afirmou.

O deputado Sergio Majeski (PSB), durante a discussão do Projeto de Lei (PL) 41/2022, que também concedeu reajuste de 6% aos subsídios do governador, da vice e dos secretários de Estado, fez críticas à iniciativa e ao índice destinado para o funcionalismo público estadual, dizendo que muitas categorias esperam há anos por valorização salarial, e apresentou como exemplo os peritos, que têm um “salário extremamente defasado”. Bruno Lamas (PSB) salientou, se dirigindo aos peritos, que “nós teremos dias melhores, reajustamos minimamente o salário dos servidores”, referindo-se ao reajuste aprovado.
Tadeu informa que, nesta quinta-feira (24), haverá uma nova manifestação na avenida Reta da Penha, próximo ao Instituto Médico Legal (DML), em Vitória, e que os servidores não descartam a possibilidade de fazer um acampamento permanente no Palácio Anchieta. “A categoria quer fazer, quer acampar lá na porta”, ressalta.
Nessa terça-feira (15), os peritos se concentraram na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória, em uma manifestação rumo ao Palácio da Fonte Grande, de onde seguiram até o Palácio Anchieta. O protesto terminou em frente ao edifício Augusto Ruschi, onde fica a Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger).
Elaine Dal Gobbo

Em nove de fevereiro eles se manifestaram em frente ao DML, em Santa Luíza, Vitória. Depois fecharam uma faixa de veículos da Reta da Penha, onde incendiaram um caixão, simbolizando a “morte da Perícia capixaba”.

Após esse protesto, cinco peritos foram convocados a prestar informações na Corregedoria Geral da Polícia Civil sobre supostas irregularidades na condução do ato. Uma delas seria a utilização de viaturas da Perícia no ato. A outra, a do caixão. A convocação foi classificada pelo Sindiperitos como “uma tentativa de intimidação da categoria”. Segundo Tadeu, alguns trabalhadores já compareceram à Corregedoria e a assessoria jurídica está à disposição dos servidores.

A categoria, ressalta Tadeu, está muito insatisfeita. “Se buscava construir uma Perícia mais valorizada, autônoma, que acompanharia o que é praticado nacional e internacionalmente. A gente vinha sentando à mesa com o governo, com diálogo franco, com a categoria acreditando que o governo iria resgatar a valorização da Perícia depois de anos de desânimo, desvalorização e abandono de cargos por colegas para buscar outro rumo. Em qualquer estado que for, vai ter um rumo melhor do que ficando na Perícia do Espírito Santo”, diz.

Tadeu informa que as chefias da Perícia, inclusive a Superintendência, irão pedir exoneração de seus cargos sem que nenhum outro servidor assuma os postos, conforme deliberado em assembleia realizada em nove de fevereiro. No momento, está sendo feita a coleta de assinaturas desses trabalhadores, para anunciar conjuntamente os pedidos de exoneração.
A realização da assembleia foi decidida após anúncio de reajuste de 6% para todos os servidores públicos estaduais, mais 4% para o pessoal da área de segurança pública, totalizando 10%. Os peritos dizem que receberam com surpresa a informação, uma vez que as negociações para que seus salários chegassem, pelo menos, mais próximo da média nacional, estavam sendo feitas junto à Secretaria da Casa Civil (SCV) e à Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger).

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