Sábado, 18 Mai 2024

Agentes penitenciários suspendem recebimento de presos nas unidades provisórias

Agentes penitenciários suspendem recebimento de presos nas unidades provisórias
Os agentes penitenciários do Estado, diante do quadro de superlotação em todos os Centros de Detenção Provisória (CDPs) nesta segunda-feira (26). O Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes) alega que o sistema opera três vezes acima da capacidade máxima, o que coloca em risco as vidas de profissionais e detentos. 
 
Coincidentemente, na manhã desta segunda a Secretaria de Estado da Justiça iniciou a transferência de presos do Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha, para  Tucum, em Cariacica, onde funcionava o presídio feminino, desativado após um incêndio ocorrido em 2011. 
 
Os presos estão sendo transferidos em grupos de 30 e não há prazo para conclusão do transporte. O Sindaspes alerta que a unidade improvisada não oferece segurança nenhuma e não tem condições para receber presos. A entidade sugere a realização de um mutirão para julgamento dos presos que estão com as prisões provisórias vencidas. 
 
O Sindaspes divulgou um manifesto na manhã desta segunda-feira anunciando a suspensão do recebimento dos presos nos CDPs e denunciando o governo do Estado como violador de direitos humanos “e o verdadeiro responsável por torturar fisicamente e emocionalmente as pessoas que ali estão amontoadas, umas em cima da outras, tratadas pior que animais”. 
 
A categoria viu no manifesto a melhor forma de chamar a atenção da sociedade sobre o que vem acontecendo no sistema, principalmente após a construção de novas unidades que, apesar de serem aparentemente mais adequadas, operam acima da capacidade e já estão sucateadas. 
 
A entidade afirma, ainda, que na sexta-feira (23) o Estado entrou com pedido liminar com antecipação de tutela contra o Sindaspes para impedir que a recusa de entrada de presos no sistema, mas no sábado (24) o desembargador Dair Bregunce autorizou o manifesto dos agentes e reiterou o direito constitucional de a categoria realizar a greve, mantendo o contingente mínimo de agentes nas unidades. 
 
Os agentes, no entanto, não devem paralisar as atividades e está trabalhando com o contingente completo nas unidades e mantendo os serviços de escolta, banho de sol e visitas. 
 
 
A categoria também vai requerer a interdição das unidades superlotadas, além de apresentar denúncia formal à Comissão de Combate e Prevenção à Tortura do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), através do instrumento Torturômetro, que monitora a ocorrência de tortura no Estado. As denúncias também serão apresentadas ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e à Organização das Nações Unidas (ONU). 
 
Policiais Civis
 
O Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES) também lançou manifesta nesta segunda-feira (26) orientando à categoria a não receber presos levados pela Polícia Militar e não cumpram prisões a fim de evitar que as unidades policiais voltem a ficar abarrotadas e se instaure novamente o caos nas delegacias. “Não podemos e não devemos aceitar essa situação ilegal. Em hipótese alguma receberemos presos da PM ou de quem quer que seja, evitando o retrocesso do passado, onde se mantinham carceragens nas unidades da Polícia Judiciária que ficavam abarrotadas de presos provisórios ou não nas unidades policiais (Delegacias e DPJs) do Espírito Santo”, diz o manifesto dos policiais civis.
 
O sindicato também alega que o preso é responsabilidade da Justiça e não do policial civil e que vai acionar o judiciário para evitar que o caos volte a se instalar nas unidades policiais.
 

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