Sábado, 18 Mai 2024

Processo que investiga morte de professor da Ufes teve sigilo decretado

A motivação e autoria do assassinato do professor da Universidade Federal do Estado (Ufes) Valdenir José Belinelo, ocorrido em 21 de março de 2012, devem permanecer um mistério, já que, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o processo corre em sigilo e nenhuma informação sobre o andamento das investigações, possíveis indiciados ou denunciados pelo crime pode ser informada.
 
O professor, que estava cedido ao governo do Estado e ocupava o cargo de diretor no Hospital Roberto Arnizaut Silva, em São Mateus, na região norte, foi assassinado a facadas na localidade de Rio Quartel, em Linhares, também no norte, quando retornava a São Mateus depois de uma reunião em Vitória. 
 
O crime chocou a comunidade acadêmica e os funcionários do hospital, que ainda se ressentem pela falta de informações do assassinato do professor, que era muito querido nos meios em que circulava.
 
Pouco se soube sobre as investigações do homicídio, capitaneadas pelo delegado-chefe do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Linhares, Fabrício Lucindo Lima. Somente que estavam sendo investigadas as teses de crime de mando e de crime passional. 
 
Segundo informações de funcionários do hospital, Belinelo estava apurando irregularidades nos contratos de fornecimento de medicamentos e já teria até mesmo suspendido alguns deles.
 
A informação sobre qual tese foi acolhida pela polícia, no entanto, também não foi divulgada, nem sobre quanto tempo durou a investigação, até que o processo fosse enviado à Justiça. Por conta do sigilo, também não foi possível ouvir o delegado Fabrício Lucindo sobre qual teria sido a tese acatada, nem colher informações sobre suspeitos e motivação do crime. 
 
O mistério sobre o crime já se arrasta por 18 meses, sem que se saiba qualquer informação sobre o caso. 
 
Inquéritos 
 
O delegado Fabrício Lucindo também foi responsável pelas apurações dos assassinatos de Diones dos Santos, o Porquinho, e do padrasto dele, Mateus Ribeiro dos Santos, o Mateusão. 
 
Porquinho foi apontado como o piloto de fuga dos sequestradores do sindicalista Edson José dos Santos Barcellos, que foi assassinado em Conceição da Barra, no norte do Estado, em julho de 2010. Oito dias após o crime, Porquinho foi assassinado em Linhares, mas o crime não foi investigado como queima de arquivo, e sim como guerra de gangues pelo controle do tráfico de drogas.
 
Já Mateusão, padrasto de Porquinho, havia denunciado como mandante do assassinato do sindicalista o prefeito de Conceição da Barra, Jorge Donati (PSDB) e, 23 dias após a denúncia, foi executado, também em Linhares. O executor dele, Vitor Silva Ferreira, o Vitinho, foi preso dias depois do crime e declarou que executou Mateusão por vingança, e assim o crime foi tipificado, também pelo delegado Fabrício Lucindo.
  

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