Sexta, 29 Março 2024

Cobradores preparam nova manifestação nesta quarta-feira

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Os cobradores do Sistema Transcol prometem nova manifestação nesta quarta-feira (6). De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Espírito Santo (Sindirodoviários), Valdecy Dulcilina, eles irão até os terminais reivindicar o retorno às atividades nos ônibus convencionais, além de não aceitar o pagamento em dinheiro para a entrada no local, já que o argumento da gestão de Renato Casagrande (PSB) para suspender os cobradores é de que o pagamento da passagem nos ônibus deve ser feito com cartão GV. 

De acordo com o sindicato, não haverá prejuízos para quem chegar ao terminal com dinheiro, tendo sua entrada liberada pelos cobradores. "Por que o cobrador pode receber o dinheiro para a pessoas entrar no terminal mas não pode usar dinheiro no ônibus?", questiona o Sindirodoviários. 

Esta terça-feira (5) também foi de manifestação. Os trabalhadores saíram da praça de Jucutuquara rumo ao Palácio Anchieta, no centro da capital, ocupando as duas vias, assim como foi feito nessa segunda-feira (4) após decretarem o fim da greve que teve início na parte da manhã. Valdecy relata que hoje, na sede do governo do Estado, foram recebidos por representantes da gestão de Renato Casagrande, que afirmaram que irão encaminhar a demanda dos cobradores para o governador. 

Valdecy destaca que ônibus municipais da Grande Vitória, como os de Vila Velha e Guarapari, e do interior, a exemplo de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do estado, e Linhares e São Mateus, no norte, estão circulando com cobradores e aceitando dinheiro como forma de pagamento. "É só no Transcol que não está aceitando. É só no Transcol que transmite doença? É nos cobradores do Sistema Transcol que a doença está?", questiona. O diretor do sindicato afirma que o que está acontecendo na Grande Vitória é cópia de um projeto implementado na Grande Belo Horizonte, em Minas Gerais.

De acordo com Valdecy, em Belo Horizonte implementaram a bilhetagem eletrônica e dispensaram os cobradores, sendo que os donos das empresas de transporte coletivo da capital mineira e demais municípios da região são os mesmos das empresas que atuam no Sistema Transcol. A greve dessa segunda-feira (4) foi interrompida após o sindicato receber as liminares contrárias à paralisação. Valdecy relata que os motoristas estão contando com o retorno dos cobradores, pois estão cumprindo dupla função.

Outra queixa dos motoristas, afirma, é que eles estão até mesmo sendo agredidos ou ameaçados por passageiros ao não deixarem seguir viagem quando a pessoa não tem cartão GV. O diretor do sindicato afirma que os cobradores estão desesperados, com medo de perder o emprego, que o governo do Estado não dá garantia nenhuma de trabalho para eles. Além disso, o secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, informou que os cobradores terão que assumir outros postos de trabalho, o que é questionado pela entidade, pois, de acordo com o sindicato, não houve esclarecimento sobre quais funções são essas. "Eles não recebem os trabalhadores para esclarecer as coisas", reclama. 

A suspensão das atividades dos cobradores nos ônibus convencionais foi efetuada em maio de 2020, pelo prazo de 60 dias, que foi estendido até 31 de dezembro. De acordo com Valdecy, cerca de 200 trabalhadores que atuam nos ônibus com ar- condicionado estão com seus empregos garantidos até o final de 2021, entretanto, mais de três mil temem perder seus empregos, pois acreditam que a intenção do Governo do Estado é que os trabalhadores não retornem às atividades. 

A permanência até o final de 2021 foi garantida por meio de audiência entre o Sindirodoviários, Justiça do Trabalho, Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Governo do Estado e empresas de ônibus, ocorrida em maio deste ano, na qual ficou acordado que o governo garantiria 20 meses de estabilidade para os cobradores do Sistema Transcol.

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Comentários: 2

Ildebrando José Paranhos - Professor de Geografia da Rede Estadual do Espírito Santo. em Terça, 05 Janeiro 2021 16:36

Triste ver uma profissão sumir!

No advento do computador, milhares de datilógrafos perderam seus empregos. Pois, um único computador abarcou vagas de milhares de pessoas.

O que nos entristece é ver agora esse fato se repetir e mais uma categoria sendo deixada à margem da sociedade.

O ideal de sociedade é que tenhamos uma sociedade que inclui e não exclui. Pior, num universo onde a pandemia é uma dificuldade para todos a classe trabalhadora. Nesse momento de se defender o máximo para evitar adoecer, ainda precisa defender o direito de trabalhar.

O estado junto às empresas teve tempo suficiente para contribuir na formação com cursos e deveria arcar com esse operário até conseguir locá-lo no mercado com condições dignas de trabalho e salário compatível com o atual recebido.

É preciso investir no social e não apenas no lucro pelo lucro.

Triste ver uma profissão sumir! No advento do computador, milhares de datilógrafos perderam seus empregos. Pois, um único computador abarcou vagas de milhares de pessoas. O que nos entristece é ver agora esse fato se repetir e mais uma categoria sendo deixada à margem da sociedade. O ideal de sociedade é que tenhamos uma sociedade que inclui e não exclui. Pior, num universo onde a pandemia é uma dificuldade para todos a classe trabalhadora. Nesse momento de se defender o máximo para evitar adoecer, ainda precisa defender o direito de trabalhar. O estado junto às empresas teve tempo suficiente para contribuir na formação com cursos e deveria arcar com esse operário até conseguir locá-lo no mercado com condições dignas de trabalho e salário compatível com o atual recebido. É preciso investir no social e não apenas no lucro pelo lucro.
LUIS MOREIRA em Terça, 05 Janeiro 2021 17:32

Concordo com Ildebrando. É preciso dar qualificação e oportunidade de reinserção no mercado de trabalho. O sindicato está cumprindo sua função de defender sua categoria, e se utilizando das únicas armas que possui, manifestação e greve para tentar conseguir alguma coisa. Os usuários do transporte não devem pagar cobradores desnecessários, para manter os empregos. A recolocação no mercado de trabalho é dever do Estado.

Concordo com Ildebrando. É preciso dar qualificação e oportunidade de reinserção no mercado de trabalho. O sindicato está cumprindo sua função de defender sua categoria, e se utilizando das únicas armas que possui, manifestação e greve para tentar conseguir alguma coisa. Os usuários do transporte não devem pagar cobradores desnecessários, para manter os empregos. A recolocação no mercado de trabalho é dever do Estado.
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