Vila Velha: garis ameaçam parar novamente caso ocorram novas demissões
Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES), na tarde desta segunda-feira (23), entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Pública (Sindilimpe-ES) e as empresas Corpus Saneamento e Vital Engenharia, que fazem o serviço de limpeza urbana em Vila Velha.
Foi dado um prazo de 72 horas para o sindicato dos trabalhadores se manifestar, e igual prazo para o Ministério Público do Trabalho dar um parecer. Nesse período, os trabalhadores se comprometeram a manter os serviços de limpeza na cidade.
Entretanto, após esse prazo, os trabalhadores não descartam uma nova paralisação, caso as empresas demitam mais funcionários. A categoria permanece em estado de greve.
As empresas alegam que as demissões são consequência da redução dos valores dos contratos imposta pela Prefeitura de Vila Velha. Desde fevereiro, já foram demitidos 126 trabalhadores, e outros 47 devem receber o aviso-prévio nos próximos dias.
Na audiência de conciliação, o Sindilimpe propôs a suspensão do envio dos avisos-prévios por 15 dias, mas as empresas recusaram a proposta.
O desembargador Marcello Mancilha propôs que as novas demissões fossem suspensas até o julgamento do dissídio, mas as empresas também não aceitaram o acordo.
Prefeitura confirma cortes
A Prefeitura de Vila Velha enviou um representante da Secretaria de Serviços Urbanos para a audiência. O interlocutor do município confirmou os cortes de 12 a 15% feitos nos contratos com as empresas. Ele alegou que os cortes foram por motivos financeiros.
O Sindilimpe alega que a prefeitura fez os cortes sem se preocupar com os impactos que as demissões vão causar na qualidade do serviço de limpeza da cidade e na saúde pública. O sindicato também aponta que a redução dos quadros irá sobrecarregar os trabalhadores.
Com as demissões, os serviços de limpeza de Vila Velha passam a ser executados por apenas 584 trabalhadores.
Durante o prazo de 72 horas o Jurídico do Sindilimpe vai entregar a defesa da categoria no processo da greve que corre no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES).
Após as contestações, o processo seguirá para o relator, desembargador Gerson Novais. O julgamento pode acontecer no dia 4 de março no Pleno do TRT.
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