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Perdas e ganhos

Casagrande no jogo nacional de 2022 reforça seu nome e a estratégia do PSB. Por outro lado, vira mais vidraça

Leonardo Sá

A articulação da Nacional do PSB que colocou em evidência o nome do governador Renato Casagrande como pré-candidato à presidência em 2022, coloca o partido na mesa de negociação, acompanhando outros movimentos já em curso, e o reforça como importante liderança política. Mas, por outro lado, aumenta o atual acirramento com o presidente Jair Bolsonaro, que já pavimenta seu palanque à reeleição. Casagrande, como se sabe, é crítico da gestão federal e integra o grupo de governadores que têm se posicionado duramente contra a omissão e falta de coordenação nacional durante a pandemia do coronavírus. O grupo vem publicando sucessivas cartas nesse sentido, além de realizar mobilizações em Brasília e confrontar dados publicados por Bolsonaro que jogam cargas pesadas nos estados. Um exemplo recente foi o caso dos repasses federais aos governos, apontados por Casagrande como superestimados, e que também repercutiu aqui por deputados bolsonaristas. Embora tenha razão em suas críticas, a entrada do governador no jogo eleitoral de 2022, dentro dessa estratégia partidária, o torna ainda mais vidraça no alvo de adversários, que agora, com o argumento de interesse eleitoral, tentarão desqualificar toda e qualquer posição e decisão antagônica ao presidente. Em sentido oposto, ao se consolidar no campo de oposição, o governador também poderá, é claro, atrair simpatizantes que não aguentam mais os absurdos nacionais. Mas, no geral, me soa como ocasião pra lá de intempestiva: é o pior momento da pandemia no País, os ânimos estão acirrados, com previsões ainda mais pessimistas, e qualquer passo em falso poderá ser de difícil reparação.

Perdas e ganhos II
Na imprensa, Casagrande até fala que a movimentação do PSB é natural e partidária, mas que ele não debaterá isso agora. Na prática, porém, o efeito do anúncio não é esse.

Poder local
Apesar dessa estratégia do PSB, por ora, continuo vendo o governador armando seu projeto político por aqui mesmo. Caminho iniciado já há muito tempo, reunindo cada vez mais blocos políticos, como do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), que seria seu potencial adversário nas próximas eleições.

De fora
Há pouco tempo, o presidente da Nacional do PSB, Carlos Siqueira, aparecia na imprensa em movimentações que buscavam “outsiders” para a disputa, surgindo entre os cotados o apresentador Luciano Huck, que conversa para se filiar a um partido, e a empresária Luiza Trajano. Isso levantou, no entanto, outra questão: o PSB não teria nenhuma liderança para erguer um palanque próprio, como já fazem alguns partidos no mesmo campo, PT (Fernando Haddad) e PDT (Ciro Gomes).

Interno
Daí, o debate interno parece ter tomado outra forma, jogando luz na única possibilidade, hoje, dentro do PSB, o próprio Casagrande, que está no centro dos holofotes nacionais. O martelo, porém, fica só para novembro, quando será realizada a convenção do partido.

Cutucadas
Da “tropa Bolsonaro” no Estado, já se manifestaram nas redes sobre a pré-candidatura de Casagrande o casal Manato – deputado federal Soraya (PSL) e Carlos. Os dois, com a mesma publicação, que diz: “Duas ótimas notícias: Casagrande não vai ser governador e muito menos presidente da República”.

De novo
O ex-deputado federal e ex-presidente do PSL capixaba, que disputou contra Casagrande em 2018, garante que será candidato novamente em 2022, com apoio do presidente. Manato aguarda definição de Bolsonaro sobre o partido que irá se filiar, para ir atrás dele.

‘Mestre’
Voltando a Luciano Huck, vale lembrar do seu “mestre” político, Paulo Hartung, adversário de Casagrande. Já tem tempo que o ex-governador conduz o futuro político do apresentador de TV, contando no grupo com outro conhecido antigo, o economista Arminio Fraga.

Olha ele, aí
O ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, que andava sumido dos holofotes desde a polêmica das eleições de 2020, quando foi preterido pelo PSDB de disputar a gestão municipal, apareceu esta semana junto com o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT), em reunião de sua equipe de planejamento. Luiz Paulo falou de um gargalo antigo: a integração metropolitana.

Sinais
A decisão da Justiça que determina a prisão do primeiro suplente de vereador do Cidadania em Brejetuba é o desfecho sinalizado desde o discurso do deputado estadual Hudson Leal (Republicanos) no plenário da Assembleia Legislativa, quando perguntou: “a quem interessa a vaga?”, ao falar do sequestro e ameaça sofridos pelo vereador Antônio da Saúde [Cidadania], exigindo que ele renunciasse ao mandato.

Sinais II
Como dito aqui no mesmo dia, o primeiro suplente, Josue, era o único do partido que ficou pela beira de ser eleito, com com 303 votos, 79 a menos que Antônio. Os demais, Josimar Benício e Djalma Cabral, obtiveram apenas 61 e 27 votos, respectivamente. Pois bem. Josue é o principal investigado pela Justiça.

PENSAMENTO:
“É a maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Ou agimos agora, ou não daremos conta de contar os mortos. As mortes por covid-19 caem 6% em todo o mundo e aumentam 11% no Brasil, diz OMS. Por aqui sem lockdown, sem vacinas em larga escala e sem governo. Ethel Maciel, professora e epidemiologista

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