Sexta, 29 Março 2024

Número de imóveis vazios ou subutilizados no Centro de Vitória aumenta em 70%

centro_vitoria_amacentro Amacentro

O Centro de Vitória tem 217 imóveis vazios ou subutilizados, conforme dados obtidos pelo projeto de extensão "Imóveis em Abandono: Mapa da Ociosidade no Centro de Vitoria, ES", realizado pela faculdade Faesa em parceria com a Prefeitura de Vitória. Os números, apresentados para a Associação de Moradores do Centro (Amacentro) e a gestão municipal com o propósito de nortear políticas de moradia, mostram que o índice aumentou em 70%, se comparado a um levantamento feito em 2019. 

Dos 217 imóveis, 55% estão vazios e 45% subutilizados. Não há dados sobre quantos deles são comerciais ou residenciais. A arquiteta e professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faesa, Viviane Pimentel, uma das coordenadoras do projeto ao lado de Michela Pegoretti, que leciona no mesmo departamento, recorda que o levantamento de 2019 foi feito pela Amacentro, pela Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES) e pelo BR Cidades.

Foto: Amacentro

Em 2019, existiam 127 imóveis vazios ou subutilizados no Centro. Viviane chama atenção para um aumento de 70% se comparado com o levantamento apresentado este mês. Para ela, a situação causa ainda mais espanto pelo fato de que a região contemplada pela pesquisa de 2021 é menor do que a de 2019.

A professora explica que em 2019 foi levada em consideração a região que ela denomina de Centro expandido, que vai do colégio Estadual, na Fonte Grande, até a Vila Rubim. Este ano foi delimitada a área que abarca a Jerônimo Monteiro, as ruas no entorno da Costa Pereira até chegar na Piedade e as proximidades da Avenida República, no Parque Moscoso. Para Viviane, a pandemia da Covid-19 contribui para o aumento do esvaziamento do Centro.

"Muitos imóveis fecharam, tanto residenciais quanto comerciais. Isso acentuou a desocupação do Centro de Vitória", aponta, destacando que existe procura por imóveis no bairro e também que há um déficit de moradia, sendo que os imóveis vazios ou subutilizados podem supri-lo e fazer com que seja cumprida a função social da propriedade. Ela salienta ainda a demanda de coletivos culturais e empreendedorismo por parte dos jovens, que já vem acontecendo.

Alguns prédios vazios no Centro já estão ganhando vida. Popularmente conhecido como Casa Verde, um imóvel próximo da Catedral foi reformado e abrigará um armazém do campo, onde serão comercializados produtos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de serem realizadas atrações culturais e estar aberto a atividades dos movimentos sociais. A chave do imóvel já foi entregue ao MST, mas ainda não há previsão de abertura do espaço.

Em 24 de janeiro a Associação Alef Bet entregará completamente pronta e reformada a cozinha que funcionará no primeiro andar do prédio do antigo Hotel Majestic, que se chamará Casa Aylon. No espaço funcionará um projeto chamado Cozinha Solidária, que se destina a fornecer marmitas para idosos em situação de vulnerabilidade social. Além disso, serão realizadas oficinas de culinária.
Foto: Alef Bet

Já o antigo Hotel Imperial, em frente à Praça Costa Pereira, popularmente conhecido como Triplex do Lula, pode passar a se chamar Melpômene Vermelho, em homenagem ao extinto teatro Melpômene, localizado no Centro de Vitória e demolido em 1925. A ideia é que isso aconteça após a transformação do espaço em centro cultural e de articulação dos movimentos sociais. 

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