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Carpe diem

Vivo sempre um drama na hora de escrever esta coluna. Tenho sempre preocupação com o que e a quem ela vai alcançar, e qual o dano ou benefício que vai causar. Por causa disso, não vou falar de nada árido hoje – os últimos movimentos da política, por exemplo. Não quero falar disso.
 
Prefiro falar de um estudo que estou fazendo num filósofo pouco conhecido fora do ambiente de negócios: Jim Rohn. Dentre os livros que escreveu, “As cinco chaves para o quebra-cabeças da vida” é um dos mais marcantes, por tratar de temas tão simples, mas tão caros a todos nós, como filosofia pessoal e atitude.
 
Ao abordar a filosofia pessoal, esse grande sábio nos revela tratar-se da pedra fundamental das cinco principais peças para o quebra-cabeças da vida, constituindo-se no que escolhemos para pensar e que influencia nossos hábitos e comportamentos.
 
Porém, uma questão importante que ele apresenta é como chegamos a saber o que sabemos no presente. Recebemos essas informações de diferentes fontes: escola, amigos, colegas, mídia, lar, ruas, livros, processo de leitura, do ouvir e do observar.
 
Quando tornamo-nos adultos, tudo passa pelo filtro da filosofia pessoal, pelas opiniões preexistentes, do nosso sistema de valores. Escolhemos fazer o que consideramos valioso e tudo o mais resulta disso.
 
Daí advém o alerta que Mr. Rohn nos traz: a importância de novas informações. O que não significa substituir as informações que nos trouxeram até aqui, mas de acrescentar novas informações, que vão ocupando os espaços nas gavetas de nosso conhecimento e reduzindo a importância daquelas informações que nos limitavam. 
 
Se não mudarmos o que sabemos, continuaremos a acreditar, decidir e agir de maneira contrária aos nossos melhores interesses. Para mudar nossos hábitos de pensamentos, a melhor maneira é fornecer-lhe informações novas. Há abundância de informações positivas ao nosso redor, simplesmente, à espera para serem usadas.
 
Podemos aprender a partir de experiências pessoais, ensina Jim Rohn. Para isso, precisamos revisar nossas experiências passadas, porque nossa vida é uma biblioteca de memórias.
 
Os erros próprios são uma das melhores fontes de aprendizagem. Eles servem para corrigir nossa conduta atual. Podemos fazer de nosso passado nosso servo ou tornamo-nos escravos dele. Agora, manipular a verdade do passado é fugir da realidade e vai fazer-nos repetir os seus erros. É preciso um diagnóstico honesto.
 
Outra fonte preciosa é a voz externa. É por isso que empresários de sucesso buscam o auxílio de consultores externos. Precisamos ouvir quem faça uma avaliação objetiva sobre o que somos e o que estamos fazendo. Pessoas que respeitamos verão coisas que não vemos. Isso evita que tiremos conclusões erradas baseadas na familiaridade com nosso ambiente.
 
Quem não busca conselhos de quem se interessa sinceramente, corre o risco de ter que acatar os conselhos de quem não se interessa. E todas as vezes em que precisarmos recomeçar, devemos voltar ao básico, aos nossos princípios.
 
O fracasso de outras pessoas é uma das melhores fontes de informação. Deveríamos estudar o fracasso tanto quanto o sucesso. Existem exemplos a serem seguidos e os a serem evitados. Os dois têm que ser vistos. Estudar o fracasso é para sabermos o que não fazer. Tudo e todos são fontes de informações. Quem não aprende com os erros do passado está condenado a repeti-los. Quando aprendemos com o fracasso dos outros evitamos desastres.
 
Aprender a partir do sucesso de outras pessoas dá-nos uma excelente referência da melhor atitude e filosofia a seguir. Podemos aprender lendo os livros, assistindo aos seminários e palestras dessa gente que teve sucesso em alguma área da vida. Precisamos aprender a investir tempo reunindo o conhecimento que o sucesso requer.
 
Dizem que sucesso rápido leva dez anos. Precisamos estudar os hábitos, a linguagem, a maneira de vestir e as disciplinas daqueles que venceram. Muitos deles deixaram livros de citações que comportam grandes lições.
 
Uma fonte de informação desprezada, por causa do jogo da busca de aceitação entre os iguais, é o das associações. Precisamos aprender a capitalizar o poder da influência positiva. Alguma coisa parecida com aquilo que a sabedoria popular  nos ensina: diga-me com quem tu andas e direi quem tu és.
 
Somos a síntese dos que nos influenciam. Na juventude, vestíamos e andávamos como nossos ídolos. Depois, formamos nossa própria personalidade, mas, independente da idade, nunca estamos livres da influência.
 
Desenvolver, deliberadamente, nossas próprias vidas é a melhor planta para o edifício da personalidade. Devemos escolher, deliberadamente, quem vai nos influenciar, antes que comecemos a ser influenciados por quem não queremos. Costumo dizer que quem não tem um projeto de vida acaba cumprindo o projeto de vida de alguém.
 
 
Todos os dias os detalhes ao nosso redor nos trazem preciosas informações. Então, que tornemo-nos bons observadores da cena diária. Se ligue nas informações sobre o meio onde você vive. Observe e avalie, astutamente, tudo ao seu redor. Não deixe o dia passar. Aproveite o dia. Com frequência, as oportunidades mais extraordinárias estão ocultas entre os acontecimentos mais insignificantes da vida. Podemos perdê-las, se não estivermos atentos.
 
Recordemos o poeta lírico romano Horácio: “Carpe diem”.
 

José Caldas da Costa é jornalista e licenciado em Geografia na Ufes. Contatos: [email protected]

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