A eleição deste ano é atípica por vários motivos, e com a protelação das principais lideranças sobre seus papéis e acomodações para meados de maio, o momento é de reflexão para toda a classe política. Todos aguardam as definições nacionais e a reação das lideranças em disputa no Estado para tentar entender o cenário eleitoral.
O foco principal hoje está no triângulo amoroso PMDB-PT-PSDB. O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) queria os dois, deixando essa história de disputa nacional de lado e reagrupando seus aliados para a disputa ao governo. Mas não pode. Terá de fazer uma escolha e, nesse sentido, “cozinha” o PT em banho-maria enquanto flerta com o PSDB, que por sua vez se insinua para Casagrande, mas de olho na campanha de Aécio Neves no Estado.
Como terá de se posicionar sobre a eleição presidencial, o ex-governador aguarda a definição da situação da presidente Dilma Rousseff. Quanto mais ela cai nas pesquisas, mais Hartung se aproxima do PSDB. Mas no ninho tucano, assim como entre os petistas, a aliança não é uma unanimidade interna. No PT, mesmo que Hartung jure de pés juntos que fará campanha para Dilma, não convence parte da militância. Afinal, não pediu votos para Lula em suas duas campanhas e nem para Dilma em 2010.
O DNA tucano de Hartung é forte, mas há uma resistência muito grande no PMDB, porque do jeito que está, a disputa proporcional ficará bastante prejudicada. Mas Hartung não parece se importar em fazer uma grande bancada na Assembleia, porque sua relação política não se dá no campo partidário. Se não há espaço para a reeleição dos sete membros da bancada, problema dos deputados.
Enquanto isso, Casagrande aguarda os movimentos de seu adversário. Embora tenha mostrado irritação com a divisão da unanimidade, hoje não parece tão preocupado em perder PT, PMDB e PDT. Pode ser uma imagem que vende para fora do Palácio Anchieta, enquanto busca solução para equalizar a situação.
Fragmentos:
1 – O comportamento do senador Magno Malta (PR) é confuso. Ao mesmo tempo em que dispara contra o governo federal, indica o irmão para um cargo no Ministério dos Transportes.
2 – A partir desta sexta-feira (2) é bom ficar de olho no Diário Oficial do Estado. Há quem diga que haverá exonerações pontuais, mas especificamente em relação aos peemedebistas remanescentes na equipe de Casagrande.
3 – E o eleitor capixaba continua esperando a realização de uma pesquisa eleitoral em âmbito estadual para avaliar o cenário de disputa ao governo do Estado.