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Muito a fazer

Muito se fala do tal sentimento de mudança que ganhou as ruas e provocou uma verdadeira revolução na eleição municipal do ano passado, com a aposta em figuras novas no cenário político, sobretudo na Grande Vitória. De fato, a dada como certa eleição de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) na Capital não se confirmou, deixando boquiaberta a elite capixaba.
 
Em Viana, Gilson Daniel (PV) desbancou a dinastia Lube do poder. A Serra optou por uma mudança segura, com Audifax Barcelos (PSB), que já era conhecido do eleitorado, e Vila Velha encampou o discurso de excelência administrativa vendida por Rodney Miranda (DEM). 
 
Mas em 2014, a eleição será diferente. Apesar do clamor da rua, os nomes colocados já são conhecidos do eleitorado e até algumas figuras que se apresentam como novidade, no fundo, são apenas uma nova roupagem para algo já conhecido. O problema não está nas lideranças, está no discurso. 
 
O Espírito Santo é um estado pequeno, tanto em tamanho quanto em população. Por isso, esse discurso gasto de que o Estado precisa de ajuda e que o governo federal tem preconceito com os capixabas, não cola mais. É preciso encarar o fato de que a obra do aeroporto está parada não por má vontade do governo federal, mas por causa de sobrepreço na obra e quarteirização do serviço com empresas do Estado que sumiram com o dinheiro. 
 
O problema é que a classe política capixaba acaba uma eleição com a cabeça em outra. Fica dois anos traçando estratégias para se perpetuar no poder. Não há excelência na elaboração de projetos que possam atrair  investimentos e a bancada capixaba não consegue falar a mesma língua, por isso, não consegue se articular em torno de um projeto que beneficie o Estado. 
 
Dinheiro há. Tanto que o governo do Estado acaba de anunciar uma série de ações que vão injetar dinheiro no interior. O que falta é uma mudança de postura. Ficar agarrado a meia dúzia de empresários que comandam o Espírito Santo com mão de ferro. Essa ideia de que o Estado pode viver a custa dos recursos federais e da internacionalização da economia, é furada. 
 
Independentemente de que vai ganhar a eleição do próximo ano, é preciso investir na autonomia dos municípios, no desenvolvimento do interior e no fortalecimento da economia local. Ninguém vai ter pena do Espírito Santo, até porque ele é muito maior do que tenta parecer, por isso, chorar no canto não vai comover ninguém, muito menos o eleitor. 

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