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O lobo voltou

 
A candidatura do ex-governador Paulo Hartung, que acaba de ser homologada por seu partido, o PMDB, é uma constatação clara de como comeram mosca seus adversários. Principalmente aqueles como o próprio governador Renato Casagrande que, há até bem pouco tempo, agia como quem o teria candidato ao Senado. E aqueles que também o viam sem uma saída que não fosse o Senado ou desistir da vida pública, certos de que o ex-governador não teria condições de desconstruir a reeleição de Casagrande. Surpreendeu com a sua candidatura.
 
Reversão 
Achar que será o favorito não condiz com a realidade dessa disputa para o governo do Estado. Casagrande é um candidato fortíssimo. Praticamente juntou quase todas as correntes políticas em torno de sua candidatura à reeleição. 
 
Atingiu 
Influenciadas por uma gama de empresários, que viram em Casagrande o melhor condutor para levar adiante a unanimidade (sistema de poder criado nos mandatos de Hartung, para mantê-los agarrado nas tetas do governo).  
 
Lista
Na cabeça dessa lista de futuros governadores pela unanimidade encontra-se o atual senador, pelo PMDB, Ricardo Ferraço. Ameaçado, porém, com a candidatura de interrupção da lista, com a eleição de PH, mesmo sendo do seu partido.
 
Lista II
Ferraço, solenemente, declarou apoio à reeleição de Casagrande, acompanhado do ex-governador e ex-senador Gerson Camata (PMDB). 
 
Cerco 
No fechamento do cerco em cima de PH, o PSDB entrou com a candidatura de Luiz Paulo para o Senado, em dobradinha com a reeleição de Casagrande.  
 
Cerco II
Chegou a tal ponto, que se hoje houvesse uma disputa na convenção do PMDB, a candidatura de Paulo Hartung perderia. Rebeldia que tinha à frente o senador Ricardo Ferraço, que abandonou o comando na hora em que viu que vingaria a candidatura propícia de PH. Inventou uma operação no joelho em São Paulo, largando os rebeldes no sereno. 
 
Cerco III
A tarefa mais difícil estava em evitar a coligação do PSDB com Casagrande, com a candidatura do Luiz Paulo ao Senado. Desmanchou com o presidente regional do partido, o deputado César Colnago. 
 
Derrubada
Como Luiz Paulo tinha maioria absoluto no diretório, não havia como desfazer a aliança com Casagrande. Mas César, valendo-se da submissão política de Luiz Paulo a PH, levou a discussão para a nacional do partido e acabou com o Senado dele. 
 
Safou-se
E César safou-se de uma derrota na sua reeleição para a Câmara dos Deputados. Como prêmio da derrubada da candidatura de Luiz Paulo, recebeu, de mão beijada a vice-governadoria de Hartung. Para quem estava perdido numa candidatura à Câmara dos Deputados, foi um salva-boia. 
 
Apronto
E ainda deixaram Hartung se intrometer no PT, para produzir uma fórmula caso ele não conseguisse candidatar-se ao governo. Daí surgiu a candidatura ao governo do deputado estadual Roberto Carlos, deslocando João Coser para o Senado.  
 
Segura
Que se cuide Rose de Freitas, com a sua candidatura pelo partido de Paulo Hartung. Em matéria de política, Hartung e Coser fazem dobradinha há muito tempo.  
 
Lealdade
Como sempre, em matéria de relação política, Hartung não gera lealdade, mas intimidação. E vai deixando pelo caminho suas vítimas. No atual momento, é um PSDB na UTI e um PT escorado nele, esperando uma mão clandestina. 
 
PENSAMENTO:
“Às vezes a verdade é chocante”.  Tennesee Welliams

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