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Os interlocutores

A estratégia do governo do Estado para tentar recuperar a imagem arranhada com as manifestações populares é a de colocar três interlocutores em áreas críticas para descentralizar a pressão. Neste sentido, ganham destaque três figuras da equipe de Renato Casagrande com missões bem específicas.

Na área de segurança, que continua sendo um calo no sapato do governador, o titular da pasta, André Garcia, mostrou um perfil bem diferente de seus antecessores e em vez de tentar dar explicações periódicas sobre os índices de homicídios, acabou com a divulgação dos dados e demonstrou uma grande habilidade para gerir crises, tirando o tema das capas dos jornais.

A saúde era outro grande alvo do governo do Estado e ganhou um refresco com a inversão da pauta. O secretário de Saúde Tadeu Marino, que vivia sob ataque, não conseguiu trazer a resposta necessária, nem com a inauguração do Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra. Obra, aliás, que foi reivindicada pelo ex-governador Paulo Hartung.

Casagrande, ainda no início do ano, deu sinais de que havia escolhido a Saúde como um dos gargalos da área social para tentar imprimir sua marca. Mas depois das manifestações que ganharam as ruas, observou-se que a mobilidade urbana era o grande foco do clamor social. A partir daí ganharam destaque outras duas figuras do governo.

A primeira foi o secretário de Transportes e Obras Públicas, Fábio Ney Damasceno, que vem tentando dar algumas respostas sobre as demandas nesta área que tanto mobiliza a população. O problema é que essas questões afetam também um setor empresarial forte no Estado e está difícil adequar as reivindicações populares com os interesses da iniciativa privada.

Com perfil bastante técnico Damasceno não tem o traquejo político para lidar com as crises e acaba refletindo o quão perdido está o governo do Estado diante da nova conjuntura política e social do Estado.

Outro gestor de crise que vem sendo acionado por Casagrande é o secretário de Governo, Thyago Ribeiro Hoffmann. A ele foi dada a difícil missão de dialogar com os movimentos sociais. Um papel que no início do governo foi delegado ao vice-governador, Givaldo Vieira (PT), sem sucesso.

O antigo secretário Robson Leite também não teve um desempenho muito bom nessa área (Lembram-se do episódio de Barra do Riacho, em Aracruz?). Hoffmann, além de trazer para o debate uma figura nova, pode colocar na discussão a marca de Casagrande no debate. Uma missão nada fácil.

Os interlocutores de Casagrande mostram características comuns. Não são figuras políticas, têm perfil técnico e são jovens. Passam a impressão da tentativa de profissionalização do governo do Estado, com uma promessa de melhoria futura, quem sabe em um segundo mandato. O problema é que apesar da nova roupagem, os interlocutores do governo esbarram no discurso já conhecido.

Não adianta mudar o vendedor se as falhas do produto já são conhecidas do consumidor. Casagrande não tem grandes obras, grandes projetos ou números para apresentar ao eleitor, mostrando a marca de seu primeiro mandato. Por isso, seus interlocutores terão dificuldade em convencer a opinião pública.

Fragmentos:

1 – Uma audiência no Juizado Especial Criminal de Vila Velha nesta segunda-feira (12) analisa o processo da deputada federal Lauriente (PSC) contra um pastor por calúnia e difamação.

2– Marina Silva cresceu nacionalmente, mas a Rede no Estado precisa acertar as arestas para dar a ela um alicerce forte para sua campanha. No Espírito Santo, o partido precisa de quadros.

3 – Antes disso, porém, o partido precisa buscar sua identidade. Hoje internamente, as forças se acusam mutuamente. Aliados do ex-Rede Guerino Balestrassi afirmam que o partido virou sucursal do Psol. O grupo de Gustavo de Biase rebate, afirmando que o grupo quer desarticular a rede para justificar a saída de Balestrassi.

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