Por que Paulo Hartung quer ser governador outra vez? Ele poderia disputar a eleição ao Senado, embora a coluna duvide que seja tão fácil quanto os meios políticos querem acreditar. Mas ele teria uma vantagem muito grande, seria mais fácil que uma eleição acirrada com Renato Casagrande e quem sabe de dois turnos, caso Magno Malta (PR) desça um degrau.
Também não é pelo dinheiro, afinal, quando estava no poder, Hartung era o sexto governador mais rico do Brasil, mesmo sem ter um carimbo na Carteira de Trabalho, mas isso é outra história. Também não é só para ter um mandato, para se livrar de broncas judiciais, afinal de contas, ele ainda tem uma boa blindagem. Não é qualquer um que vê seu governo acusado de sumir com R$ 25 milhões em uma obra pública – posto fantasma – e sai ileso.
Vamos aos fatos: antes de ser governador, Hartung teve experiências no legislativo, sendo deputado estadual por duas legislaturas, foi deputado federal e senador por quatro anos, interrompendo o mandato quando foi eleito para o governo do Estado. No Congresso, o parlamentar Paulo Hartung não era esse gênio político que no governo do Estado se destacou.
Era mais um entre os 513 deputados federais e 81 senadores. Não brilhava como grande liderança política. Assim como a maioria dos políticos do Espírito Santo, em Brasília, pertencia ao famigerado baixo-clero. Hartung sabe que, de volta ao Senado, continuaria sem expressão. Ainda mais pelo fato de ter se indisposto com todos os caciques dos partidos pelo qual passou.
Além disso, seu sucessor fugiu da linha, criou gastos, algo que causa arrepio ao ex-governador. É preciso retomar o rumo desenvolvimentista, voltado para a internacionalização da economia capixaba e com um Estado quase niilista em políticas públicas.
Também é preciso voltar ao controle da classe política, para que os nomes que ganharam força com a política menos dura de Casagrande possam ser controlados. O poder não pode sair do fechado grupo de Hartung, que envolve políticos e empresas. É uma festa particular.