Retorno socialista
A expectativa para o ano de 2012 era de que, passado o primeiro ano e com o governador Renato Casagrande dando uma senhora enxugada nas finanças, o seu governo finalmente engrenasse dentro das linhas mestras de seu programa. O ano passou e o que se viu foi um fortalecimento muito grande do governador do ponto de vista político, mas foco no social que é bom... nada.
Suas bandeiras de campanha eram a distribuição da renda e a descentralização da economia. Mas no que se refere às políticas públicas, o governador deu continuidade à dinâmica adotada pelo seu antecessor, ou seja, não avançou.
Casagrande avocou a questão da segurança para si, mas os índices de violência e sensação de impunidade e insegurança não confirmam que houve investimentos à altura do tamanho do problema. O Estado Presente não está trazendo os resultados necessários e esse pode ser um ponto fraco, que trará problemas políticos no futuro.
Economicamente vemos que o Estado continua concentrado seu projeto na Grande Vitória e na atração de grandes plantas industriais, que muito pouco contribuem para o desenvolvimento do Estado. Na parte administrativa, o governador passou a maior parte do ano com os olhos voltados para as movimentações em Brasília, onde também não conseguiu mudar a realidade iminente.
Já do ponto de vista político, a movimentação do governador no período eleitoral foi invejável. Dando sequência a uma dinâmica diferente de seu antecessor no trato com a classe política, Casagrande conseguiu construir uma base sólida que lhe dará sustentação na disputa à reeleição.
Falta equilíbrio entre esses dois lados. Se Casagrande conseguir imprimir um ritmo bom em seu governo, mantendo a unidade da classe política em torno de seu palanque, pode se dar bem. Mas precisa abrir o olho, seu grande problema não está no campo político e sim, dentro de casa.
A segurança pode ser seu calcanhar de Aquiles do socialista. Hoje, a unanimidade em torno de seu nome, como destacou o professor Roberto Simões em sua entrevista a Século Diário na Semana passada, garante o projeto político de Casagrande. Mas se o governador irritar o eleitor, essa unidade pode ficar abalada.
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