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Sem cabeças

Ao longo da história política recente do Brasil, o Espírito Santo teve em alguns momentos importantes participações no governo central. O Estado já teve ministros, líderes de governo, diretores e presidentes de órgãos federais. Gente que teve a caneta na mão e assento no poder. 
 
Mas nos últimos anos, a situação não tem sido assim. Sob a justificativa do tamanho da bancada, nossos parlamentares não têm conseguido um nível de influência forte o suficiente para representar com peso os interesses do Estado. 
 
Na primeira fase do governo Dilma Rousseff, a deputada Iriny Lopes (PT) assumiu uma secretaria especial, a da mulher. Apesar da importância simbólica, o cargo que tinha status de ministério não trouxe força política para a deputada. 
 
No Congresso, com a eleição do então senador Renato Casagrande ao governo do Estado em 2010, e a não eleição da ex-deputada Rita Camata, o Estado perdeu dois nomes de peso, que figuravam na lista dos “Cem Cabeças do Congresso Nacional”, uma cobiçada relação dos parlamentares mais influentes do Congresso, elaborada pelo respeitável Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). 
 
Ficou fora também da lista dos premiados do Congresso em Foco, uma votação organizada pelo site em parceria com os jornalistas que cobrem as atividades do Parlamento.  Considerado um Estado rico, por causa dos indicadores sempre festejados pelos governantes, o Espírito Santo causa um incômodo em Brasília ao viver com o pires na mão, dizendo que não tem recursos. 
 
Falta à bancada capacidade de explicar que focinho de porco não é tomada. Isto é, que os números são artificiais, que as empresas instaladas no Estado são beneficiadas pela Lei Kandir, que o dinheiro não fica aqui, mas isso implicaria, em alguns casos, fechar algumas portas.
 
Mais uma eleição se aproxima, as promessas vão de saúde à redução da maioridade penal – o que não podem fazer sem apoio de um plebiscito –, passando pela educação e mobilidade urbana. Sem aprofundamento algum, os candidatos se agrupam em coligações e fazem as contas para garantir suas eleições. Mas, e depois? 
 
Tanto se chorou por causa da possibilidade de o Estado perder uma vaga na Câmara dos Deputados, mas o problema está longe de ser a quantidade de deputados. Cada vez mais o Espírito Santo perde sua representatividade e nossos parlamentares se tornam cada vez mais fracos. Pelo cenário que se mostra, não há grandes esperanças de que nesse grupo de novos deputados federais se destaque um grande político com projeção nacional e influência política em Brasília. Serão mais 11 diluídos entre os 513 deputados federais e 81 senadores. 

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