A carta de apoio dos prefeitos do Estado à reeleição do governador Renato Casagrande foi um golpe pesado nas articulações do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) para criar um palanque de enfrentamento ao socialista. Tanto que a reação também foi pesada. A tentativa de desqualificar o prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV), organizador do evento, foi um exemplo disso.
Mas não deu certo e outros oito prefeitos aderiram ao movimento, deixando a situação ainda mais complicada para o lado de Hartung. Daniel mostrou habilidade para a condução do processo de articulação. Depois tentou-se desqualificar o documento em si, alegando que parte dos que assinaram a carta vão trair Casagrande. Mas, não importa! O efeito do movimento já foi devastador, com a influência necessária na classe política. Ficou a impressão de que a unanimidade segue firme e forte, o único que não faz parte dela, ironicamente, é o ex-governador, que a criou.
A movimentação é mais um elemento que demonstra o desequilíbrio de forças entre os dois palanques. Com a máquina na mão e o apoio de grande parte das forças políticas, Casagrande disputa a reeleição com vantagem. Hartung tenta reunir as forças auxiliares para manter seu palanque. Mas não tem a caneta.
Hartung tenta o apoio do PT, PSDB e DEM, mas terá de fazer uma escolha, com os três não poderá ficar. Sem falar que PT e PSDB precisam resolver internamente para onde vão. De qualquer forma, equilíbrio ainda não há entre os dois palanques.
A eleição será difícil, independentemente de quem apoiar quem. As armas de cada um estão sendo usadas e a classe política está no meio deste primeiro embate entre Casagrande e Hartung.
Fragmentos:
1 – O secretário-geral do PMDB do Estado, Chico Donato, foi ao Twitter comentar sobre as interpretações da nota “regular” nas pesquisas. “Inventaram nas empresas de pesquisa novo conceito para Regular”, disse o peemedebista.
2 – Na verdade o conceito sempre existiu, algumas empresas no Estado é que não interpretavam a avaliação do eleitor. Regular é um conceito bem subjetivo e sempre mereceu uma análise mais atenta. Como se usa isso, aí é outra discussão.
3 – Entre os cargos realmente bons do PT no governo do Estado, 20 são de primeira e segunda gerência e 100 são cargos bons, com remuneração acima de oito mil. Mas, no atacado, não dá para saber ao certo quantos cargos o partido têm na estrutura do governo.