Domingo, 05 Mai 2024

Sob pressão

Nunca uma disputa presidencial pressionou tanto o mercado político do Espírito Santo. Tentando ainda manter a unanimidade em torno de seu palanque à reeleição, o governador Renato Casagrande tenta acalmar as lideranças locais, mas as variáveis nacionais, que são muitas, podem inviabilizar a participação dos aliados de 2010 e os novos integrantes do grupo de caminharem juntos em 2014.



O recado do PT nacional já foi assimilado pelos petistas capixabas e todas as forças estão concentradas na reeleição da presidente Dilma Rousseff. O recado foi passado também ao governador Renato Casagrande, mas o fato de o presidente do seu partido, o PSB, o governador de Pernambuco Eduardo Campos insistir na candidatura própria e se aproximar cada vez mais do tucano Aécio Neves cria uma situação muito complicada para o palanque palaciano.



Dificilmente a nacional vai aceitar trocar um palanque próprio no Estado de fortalecimento da presidente pela vaga de vice-governador que estaria sendo negociada entre Casagrande e o ex-prefeito de Vitória João Coser. Pelo tom da bancada do PT na sessão dessa segunda-feira (22), na Assembleia, a definição de defender o governo Dilma já foi encampada.



Por outro lado, o PMDB vem com um balão de ensaio da candidatura do senador Ricardo Ferraço, que mais tem a ver com a tentativa de barrar uma candidatura do senador Magno Malta (PR) do que qualquer outra coisa, também pode tirar o partido do palanque do governador Renato Casagrande.



Além disso, mesmo que perca tempo de TV e fundo partidário, se Marina Silva conseguir as 550 mil assinaturas necessárias para criar a Rede Sustentabilidade e seu capital adquirido em 2010, sobretudo, no Espírito Santo, pressiona ainda mais o mercado político.



Dilma segue com um favoritismo confortável na corrida eleitoral, mas o Espírito Santo é um espinho atravessado na garganta desde 2010. Como a disputa de 2014 vai ser dura, o eleitorado capixaba vai contar. A vinda da presidente ao Estado pode testar a temperatura eleitoral do próximo ano e colocar mais lenha na fogueira na acomodação das lideranças no cenário eleitoral de 2014.



Com o debate antecipado, a tensão aumenta e mesmo que no próximo ano a configuração mude, muitas insatisfações estão sendo colocadas à mesa de Casagrande. Isso vai testar a habilidade do governador em lidar com a crise político-partidária que está à sua frente. Em 2012, ele se saiu muito bem nessas costuras, agora, em 2014, quando será seu segundo mandato que estará em disputa, esse jogo de cintura terá que ser ainda maior.



Fragmentos:



1 – A filiação de Guerino Balestrassi ao PSDB no último sábado (20), na convenção estadual do partido, ajudou a desviar o foco do incêndio interno no ninho tucano, que tem como principal fato as incompatibilidades entre o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas e o vereador Luiz Emanuel Zouain.



2 – Passada a convenção, o presidente do partido, deputado federal Cesar Colnago, tem agora a difícil missão de fortalecer o partido na disputa eleitoral de 2014. Mas a estratégia de concentrar todas as estrelas tucanas na disputa de deputado federal pode não ser a melhor opção.



3 – Luiz Paulo e o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho estariam mais interessados na disputa estadual. Além disso, começa a surgir a pressão interna para que o partido erga um palanque majoritário para abrigar a candidatura do senador mineiro Aécio Neves a presidente da República.

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Segunda, 06 Mai 2024

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