Sexta, 03 Mai 2024

Tarifa, greve e eleição

O próximo ano será marcado por eleições nos meios sindicais. Nesse contexto chama a atenção o pleito no Sindicato dos Rodoviários, até porque trata-se de um setor público-privado de prestação de um serviço fundamental para a população.



É importante frisar que não só a categoria, mas suas famílias, amigos e, evidentemente, a direção sindical deve primar por um sindicalismo cidadão. Com a proximidade do fim do ano e da discussão sobre a tarifa, o movimento começa a se organizar e a pesada ameaça de paralisação do serviço pesa sobre a cabeça da sociedade.



É claro que luta pela melhoria salarial é importante, mas a briga não deve se restringir a isso. Do lado dos trabalhadores é preciso ver as jornadas de trabalho, os benefícios, a saúde dos motoristas e cobradores, estendendo essas garantias às suas famílias.



Mas é preciso também cobrar um serviço público de qualidade, o que está bem longe de ser a realidade do sistema de transporte do Espírito Santo. Nesse serviço temos uma participação de todos os setores da sociedade: empresariado, governo, sindicato e representantes da sociedade civil. Mas o que vemos é que o capital tomou conta do sistema, ditando as regras e desrespeitando, inclusive, o direito do cidadão.



Veículos em más condições de uso, superlotação dos coletivos, falta de planejamento de itinerários e horários e até as coisas mais simples, como placas indicativas dos horários nos terminais de ônibus, entre muitos outros problemas diários.



Mas o sindicato fecha os olhos para os inúmeros problemas do serviço prestado. Atua apenas na hora de justificar o aumento da tarifa, mobilizando a categoria com um discurso que coloca o trabalhador na linha de tiro da população.



Está chegando a hora da mobilização da categoria e o trabalhador tem que escolher de que lado vai ficar. Do lado da população ou do lado de um sindicato que defende seus próprios interesses. E mais, a mobilização não deve parar nesse momento da discussão da data base, mas se manter assim, para se preparar para as eleições.



Esse é o instrumento que a categoria terá para mudar de vez o perfil do sindicato, seu órgão de representação. É importante conhecer os nomes que se apresentarão e ver além da luta pela melhoria salarial, o que mais o candidato oferece. É preciso uma representação que ultrapasse a visão limitada, que defenda os interesses de um serviço público que impacta toda a sociedade, inclusive, o próprio trabalhador e sua família.



Queremos mais.













 

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