
Engana-se quem pensa que a aproximação do senador Ricardo Ferraço (PMDB) de seu mentor Paulo Hartung (PMDB) é fato novo gerado nas conversas sobre a coordenação de campanha do presidenciável tucano Aécio Neves no Estado, tarefa que acaba de ser assumida pelo senador. No mercado político, os comentários são de que o acerto de contas entre eles teria ocorrido bem antes, ainda no período que antecedeu o anúncio oficial de Hartung. O que explica a recusa de Ferraço em comandar movimento dentro do PMDB contra a candidatura de Hartung ao governo e em prol da unanimidade. E, mais ainda, seu mergulho estratégico. O silêncio do senador gerou inúmeros questionamentos, pela forte contradição com a postura que adotou no início do processo eleitoral. Por mais de uma ocasião, Ferraço fez declarações públicas com críticas a Hartung e apoio ao governador Renato Casagrande. Costumava repetir a lideranças que pretendia se livrar do comando de Hartung e do pai, o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM). Mas as atuais movimentações mostram exatamente o contrário. O senador está longe de alçar voo próprio.
Tem comando II
Explica, também, as últimas declarações de Theodorico Ferraço na mídia corporativa. Enquanto o mercado político jurava que a posição do senador já estava consolidada, o pai, vez ou outra, jogava no ar a possibilidade de recuo. Ricardo mudo estava e mudo continua.
Não brinca
Já Gerson Camata, histórico do PMDB que fez coro a Ricardo com duras declarações públicas, e que geraram até embate com o presidente do partido, Lelo Coimbra, resolveu aparecer. Em A Tribuna, adota outro tom e chega ao extremo de tentar dizer que não foi bem assim, quis dizer outra coisa, e tal…
Duvideodó
Por falar em Lelo, alguém acha mesmo que o deputado federal – logo ele – vai ficar de fora desta eleição? Lista de impugnados não assusta.
‘Coincidência’
Uma semana após decisão do Tribunal Regional Eleitoral que censurou matérias no blog do Elimar Cortês e no jornal ESHoje, Hartung faz uma “visita de cortesia” ao presidente do órgão, Álvaro Bourguignon, para “desejar sucesso”, como declarou em A Tribuna? Ah, para!
Longa data
O fato, por si só, já é questionável. Ainda mais se tratando de Bourguignon, antigo parceiro de Hartung no arranjo institucional consolidado por ele nos seus dois mandatos. O presidente do TRE-ES não costuma falhar na defesa dos interesses de Hartung. A eleição deste ano passa por Bourguignon.
Tripé
Nunca é demais lembrar que os órgãos do arranjo de Hartung sempre foram imprescindíveis. Primeiro para sustentar a gestões do ex-governador, sem qualquer arranhão em sua imagem. Segundo para beneficiar aliados. E, terceiro, para aniquilar inimigos.
Em todas
Tião Barbosa, hartunguete de carteirinha, voltou à ativa. Entrou na campanha do ex-governador.
Sem sentido
Com a possibilidade de uma eleição ao Senado competitiva, antes de levar mais uma rasteira daquelas, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) aceitaria ser suplente de Rose de Freitas (PMDB)? Até parece.
140 toques
“Morreu hoje [sexta-feira, 18], um dos mestres da literatura contemporânea, o escritor João Ubaldo Ribeiro”. (Deputado federal César Colnago – PSDB – no Twitter).
PENSAMENTO:
“Política é normalmente a expressão executiva da imaturidade humana”. Vera Brittain