A eleição ao Senado no próximo ano poderia ser uma disputa bastante acirrada e empolgante se não fosse o “se”. Este mesmo “se” que vem dando o tom da política capixaba há uma década. Existe a possibilidade de o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) entrar no pleito, o cria uma tensão no mercado político que pode durar até a véspera do início do processo eleitoral de 2014.
Isso aconteceu em 2012, quando também havia uma expectativa de que o ex-governador viesse a disputar a eleição para a prefeitura de Vitória, o que paralisou as articulações até às vésperas da homologação das candidaturas. Isso provocou uma movimentação apressada nas proporcionais, que causou tumulto entre os partidos.
A mesma complicação pode e deve acontecer para o próximo ano. Sem saber qual será o papel desempenhado pelo ex-governador, as lideranças políticas esperam para não tomar decisões precipitadas. Essas decisões começam agora na troca de partido e passam pelas convenções em meados do próximo ano.
A confusão começa no próprio PMDB. A deputada federal Rose de Freitas já manifestou o interesse em disputar a vaga desde o ano passado, mas dentro da sigla, a cúpula faz de conta que não ouve a proposta da parlamentar. Rose já disse que estaria disposta a disputar prévias com Hartung, mas o ex-governador não confirma nem desmente sua possível candidatura e a situação fica assim indefinida.
Mas não é só no partido do ex-governador que a vaga ao Senado traz problemas. No PT, a batalha pela presidência do partido entre o ex-prefeito de Vitória João Coser e a senadora Ana Rita passa também pela disputa ao Senado.
Coser se apresenta como interessado na vaga que é ocupada hoje por Ana Rita, que por estar no mandato teria o direito à reeleição. Com o PT na mão, Coser conseguiria sem dificuldade impedir Ana Rita de disputar. Mas para parte dos petistas, essa briga de Coser não significa que ele vá disputar a eleição ao Senado de fato.
Aliado de Hartung, ele recuaria para uma composição de vice “se” o ex-governador vier a disputar o Senado, o que Ana Rita definitivamente não faria. Enquanto o ex-governador não decide que rumo tomar em 2014, o mercado político segue refém dessa expectativa.
Fragmentos:
1 – “Os médicos não querem ir para o interior e fazem um papel xenófobo, preconceituoso e ridículo”, disse muito bem o deputado Claudio Vereza (PT) sobre a vinda dos médicos cubanos na sessão dessa quarta-feira (28) na Assembleia.
2 – O PSB é que precisa ajustar o discurso sobre o tema. O governador Renato Casagrande não é um entusiasta da ideia, mas o deputado Freitas, como é do interior, diz que não é contra.
3 – Qual o problema do senador Ricardo Ferraço (PMDB) com a Bolívia? Parece que quer por que quer arrumar confusão com os vizinhos.