Sexta, 03 Mai 2024

A prosa e a poesia de Drummond

A prosa e a poesia de Drummond

 

Publicado em 1954, Fazendeiro do Ar é um dos livros decisivos de Carlos Drummond de Andrade. É um conjunto de versos que, tendo saído depois da voga classicizante de Claro Enigma (publicado três anos antes), continua na tarefa de observar a vida e de inquirir o sentido das coisas.
 
Já em 1962, quando completava 60 anos, Drummond lança as crônicas de A Bolsa & a Vida, obra que retraça, em sua escrita leve, fluente e bem-humorada, diversos aspectos da realidade brasileira e mundial ao longo dos anos 1950: a visita de um presidente italiano, casamentos reais na Inglaterra e a tentativa de remoção da população que ocupava o Morro da Catacumba, no Rio de Janeiro.
 
Em Fazendeiro do Ar, há diversas amostras do melhor de Drummond sobre a “indesejada das gentes”: poemas como Viagem de Américo Facó, O Enterrado Vivo ou então o inesquecível ciclo de poemas sobre cemitérios - na melhor tradição de Paul Valéry -, entre outros. 
 
Como em Claro Enigma, há a presença de formas fixas (o soneto, por exemplo) a serviço de uma lírica preocupada em investigar o ciclo da vida.
 
A Bolsa & a Vida não se sustenta apenas das notícias do jornal. Pequenos acontecimentos domésticos de um habitante de classe média da então capital federal são tão ou mais importantes diante da lente do cronista. 
 
A manutenção da casa, o imposto de renda, encontros e reencontros - aquela vida mais miúda, mas nunca desinteressante, serve de mote para inspiradíssimos textos.
 
Serviço
Fazendeiro do Ar
Carlos Drummond de Andrade
Companhia das Letras
88 págs
R$ 33 em média
 
A Bolsa & a Vida
Carlos Drummond de Andrade
Companhia das Letras
184 págs
R$ 37,50 em média

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