O deputado estadual Sergio Majeski (PSB) afirmou, na sessão virtual da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (9), "rechaçar veementemente" a atitude da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) de colocar em consulta pública o Plano de Retorno às Aulas Presenciais da Rede Pública Estadual do Espírito Santo. "Isso beira o ridículo, porque fica parecendo que o governo quer aval da população para voltar às aulas e depois, quando morrerem alunos e professores, vai lavar as mãos, dizendo que voltou porque a maioria quis que voltasse. Ora, a maioria dos pais nem conseguirá acessar essa consulta pública para fazer essa votação!", disparou.
O retorno às aulas, enfatizou várias vezes o parlamentar, não pode ser opinativo. E, sobre a opinião pública a respeito do assunto, "jornais e vários institutos já fizeram essa pesquisa e mostram que mais de 70% das pessoas são contrárias ao retorno das aulas na circunstância em que nós nos encontramos", disse.
Mas se ainda assim, o objetivo do governo for fazer uma pesquisa da opinião da comunidade escolar capixaba, teria que ser usado um documento chancelado não por médicos e especialistas da secretaria de saúde, mas por especialistas independentes, de alta credibilidade e imparciais, e "após visita a uma boa parte das escolas estaduais pra conhecer os protocolos que deverão ser garantidos pelo Estado".
Ao contrário, "a maioria absoluta dos especialistas de alta envergadura da infectologia e sanitaristas é contrária!", enfatizou. "Além disso, todas as garantias de protocolo do governo deveriam ser muito claras e já estabelecidas, de tal forma que especialistas pudessem, por exemplo, fazer uma visita num apanhado de escolas por vários pontos do Estado e constatar que realmente as escolas estão preparadas, os profissionais estão preparados, os equipamentos estão todos corretíssimos, nós vamos voltar com riscos mínimos. Não é isso o que acontece!", bradou.
A teoria e a prática
A pesquisadora vem alertando para o fato de que no
ensino médio, que o governador afirmou mais de uma vez querer reabrir em outubro, estão adolescentes e jovens com alto percentual de contaminação, segundo o inquérito sorológico do Estado, além de terem um comportamento de baixa disciplina em relação ao distanciamento social e uso de máscaras, e que não apresentaram sintomas em 35% dos testados positivos.
Tal estratégia, salienta, deve dar conta de resolver o problema dos ônibus lotados, conseguir proibir aglomerações, impor medidas de distanciamento social e fiscalizar cumprimento de protocolos de biossegurança, o que é, na prática, impossível.
Luto
Ainda em sua fala no plenário virtual da Assembleia, Sergio Majeski destacou um trecho do Plano de Retorno às Aulas da Sedu que orienta as escolas sobre como proceder em caso de morte de estudante ou profissional da educação. "Havendo óbito de alunos ou profissionais da escola, e se for algo desejado pela comunidade escolar, o grupo pode organizar ritos de despedidas, homenagens, memoriais, formas de expressão dos sentimentos acerca da situação em relação à pessoa que faleceu, e ainda atentar para os enlutados", leu o parlamentar.
"Ora, não é razoável. O próprio documento já prevê a possibilidade de mortes de alunos e professores!", diz. "Eu volto a dizer, acho que a Secretaria de Saúde conduziu bem até aqui essa questão [do enfrentamento da pandemia], mas na Educação é tudo descabido. Voltar ou não às aulas não é uma questão opinativa", reafirmou.
O repúdio à abordagem feita no documento em relação ao luto dentro da comunidade escolar com o retorno das aulas presenciais, desejado pelo governador e o secretário Vitor de Angelo, também foi alvo de críticas de coletivos de educadores, que pedem o retorno das aulas somente após a vacinação em massa da população.
O abaixo-assinado pede a Renato Casagrande que "proteja nossas crianças, seus pais e avós, os trabalhadores da Educação, assim como toda sociedade, não permitindo a volta às aulas enquanto não for feita a vacinação contra Covid-19, e seguindo todas as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS)".
Comentários: 2
Creio que é o momento de cautela em relação ao retorno presencial dos alunos ás aulas, o VÍRUS da COVID continua a se alastrar e o mais certo é o governo convocar profissionais das áreas EDUCAÇÃO,SAÚDE,SEGURANÇA,TRANSPORTE para fazerem um estudo de viabilidade de retorno. A meu ver o mais certo é com esse estudo pronto, organizar o retorno para a segunda semana de janeiro de 2021,com um calendário de 185 dias letivos com aulas aos sábados (calendário relativo a 2020) e após 15 dias de folga escolar retornar com o o mesmo critério para o (calendário 2021). Muitos profissionais da EDUCAÇÃO irão se posicionar contra ,inclusive por termos aulas aos sábados mas temos que chegou a hora de todos se darem para resolver a questão do ALUNO que é o alvo principal e não deve ser prejudicado mais do que está,nessa hora atípica vivida todos temos de dar um pouco de si e deixarmos posições pessoais e politica.
Sem VACINA NÃO tem retorno