Sábado, 27 Abril 2024

Fórum em Defesa de VV promove novo debate sobre superporto

Fórum em Defesa de VV promove novo debate sobre superporto
O Fórum Popular em Defesa de Vila Velha (FPDVV) organiza na próxima sexta-feira (29), às 19h, na Câmara Municipal de Vila Velha mais uma audiência com o tema "O Porto de Águas Profundas na Ponta da Fruta e seus Impactos". O FPDVV lembra que, apesar de o superporto estar sendo tratado pelas autoridades como um projeto certo para a Região Administrativa 5 de Vila Velha, o projeto do empreendimento ainda precisa passar por diversas avaliações – e pelo crivo da sociedade civil – para que possa ser encarado como uma realidade para o município e Estado.
 
Desta vez, os palestrantes serão o professor Arlindo Villaschi, que explanará sobre os impactos econômicos do empreendimento; o professor Julio Tomas Aquije Chalcatana falará sobre os impactos nas correntes marinhas; João Batista Teixeira e Eric Mazzei, que já estiveram presentes na audiência anterior, apresentarão os impactos ambientais do empreendimento; participa ainda Luiz Fernando Barbosa Santos, membro do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). O evento é realizado pelo FPDVV e tem apoio dos gabinetes do deputado estadual Cláudio Vereza (PT) e da senadora Ana Rita (PT).
 
O superporto é uma reivindicação antiga dos trabalhadores portuários. Entretanto, a proposta dos trabalhadores era bem diferente daquela que foi apresentada para implantação do empreendimento na Ponta da Fruta. Eles não queriam que o porto fosse instalado em uma área ambientalmente sensível, mas sim em uma já impactada por porto, como Praia Mole – o que não significa que as leis ambientais devessem ser afrouxadas –, e que sua capacidade fosse gradativamente aumentada, conforme a demanda. 
 
Mazzei e Teixeira fizeram uma apresentação alarmante sobre a construção do superporto na audiência pública, de mesmo tema, do último dia 7.  Segundo os pesquisadores, atualmente, a região que poderá ser extinta com o projeto é repleta de alagados e abriga remanescentes de Mata Atlântica e de restinga, praias com arrecifes e rica biodiversidade.  A previsão é de que até os peixes e outros animais marinhos possam desaparecer devido à instalação do terminal.  Igualmente extintos, apontaram, podem se tornar os pescadores, que formam uma comunidade tradicional na região.
 
Os oceanógrafos apresentaram o porto de Roterdã, o maior da Europa, localizado na Holanda, como um exemplo que poderia ser seguido. Apesar de ocupar uma grande extensão, o porto concentra centenas de empresas em apenas um local, não permitindo a degradação de outras áreas, e abastece grande parte do continente. Estratégia muito diferente da que está sendo planejada para o Estado, onde poderão ser construídos até 30 portos, em uma distância considerável entre si e prioritariamente longe da ocupação humana – ou seja, em unidades de conservação.
 
O historiador e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiz Cláudio Ribeiro, também apontou na audiência que os lucros produzidos por esse tipo de empreendimento provocam o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), mas não geram riquezas para o povo capixaba. Não à toa, listou como consequências da chegada do empreendimento o aumento dos bolsões de pobreza, a ocupação desordenada e as ausências de infraestrutura e de empregos para as populações locais, citando os exemplos de bairros como São Pedro, que cresceu a partir da instalação de grandes empreendimentos na Capital.

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