Quarta, 01 Mai 2024

Gilsinho Lopes retoma processo para reunir assinaturas em favor da CPI do Pó Preto

Gilsinho Lopes retoma processo para reunir assinaturas em favor da CPI do Pó Preto
O deputado estadual Gilsinho Lopes (PR) retomou a tentativa de implantar, na Assembleia Legislativa, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto, para apurar os efeitos da poluição atmosférica na Grande Vitória. Ele precisa de dez assinaturas para isso, e se diz esperançoso, embora, no ano passado, sete dos 12 deputados que assinaram a abertura do processo tenham recuado posteriormente, após articulação do governo do Estado e das poluidoras Vale e ArcelorMittal, que impediu a investigação.
 
De acordo com Gilsinho, a assinatura de quatro parlamentares já está garantida; outros três dariam uma resposta definitiva nesta terça-feira (3), mas protelaram a decisão para a próxima segunda-feira (9); e a bancada do PT discutirá internamente a adesão ao pleito. Na primeira tentativa de abrir a CPI, os deputados petistas, cinco ao todo, tiveram peso decisivo ao optarem por não assinar o requerimento. 
 
O deputado não acredita que a proximidade das eleições irá influenciar na decisão dos demais parlamentares em relação à CPI. Para ele, a decisão se dá em virtude do clamor público, sobretudo, por conta dos problemas de saúde causados pela poluição do ar à população da Grande Vitória.
 
Gilsinho lembrou, ainda, de sua participação nas audiências públicas realizadas também no ano passado, logo após o arquivamento da CPI, quando pode notar o grande impacto da poluição do pó preto na população. Naquela reunião, alerta ele, não houve sequer um representante da sociedade civil que não mencionasse e fizesse coro ao pedido de reabertura da comissão.
 
Na ocasião, o deputado classificou que os deputados favoráveis à CPI foram “tratorados” duas vezes: primeiro pelas empresas, que adentraram a Casa para pedir a retirada da assinatura dos deputados, e segundo pelo governo do Estado, “que deveria proteger a população, não o bem privado”.
 
Na última das audiências, a sociedade civil voltou a insistir na CPI e, inclusive, na assinatura do vereador Cláudio Vereza (PT), que promoveu as audiências após orientar a bancada do PT a não assinar o requerimento. Vereza tentou se justificar, dizendo que não assinou a abertura da CPI porque Gilsinho não lhe pediu e só teria lembrado da bancada do PT após a debandada de sete assinaturas das 10 registradas. Os argumentos de Vereza, no entanto, não convenceram a sociedade civil.
 
A CPI do Pó Preto foi arquivada há um ano, em junho do ano passado, após sete deputados retirarem suas assinaturas de apoio à proposta de autoria de Gilsinho. Inicialmente, o pedido de abertura obteve 12 assinaturas. Após o protocolo do pedido, o requerimento foi encaminhado pelo presidente da Casa, deputado Theodorico Ferraço (DEM), para análise da Procuradoria da Casa, que emitiu parecer favorável ao pedido no dia seguinte. Mas, no expediente da sessão seguinte, o pedido não foi lido, o que motivou protestos de Gilsinho sobre a possibilidade de manobra para a derrubada da CPI.
 
Os deputados que retiraram suas assinaturas do pedido de abertura da CPI foram Cacau Lorenzoni (PP), Glauber Coelho (PR), Da Vitória (PDT), Luiz Durão (PDT), Marcos Mansur (PSDB), Dary Pagung (PRP) e Jamir Malini (PTN). Na sessão em que os cinco últimos retiraram as suas assinaturas, Gilsinho exibiu imagens do relações públicas da Vale, Luiz Soresini, que esteve na Casa em três ocasiões durante a semana em que foi articulada a derrubado do projeto. Além da manobra da Vale, o autor do pedido também denunciou a movimentação do secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Carlos Ciciliotti, que teria convocado o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa, deputado Gildevan Fernandes (PV), para conseguir a retirada das assinaturas.

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Quinta, 02 Mai 2024

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