Sexta, 17 Mai 2024

Incra e MST se reúnem para decidir destino dos ocupantes da fazenda Volta Grande

Uma reunião nesta quinta-feira (11) entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) decidirá uma área para transferência das cerca de 110 famílias que ocupam desde a noite do último domingo (1) a fazenda Volta Grande, em Linhares (norte do Estado). O principal objetivo da ocupação foi se contrapor o discurso da mídia corporativa, que afirma que no município não existem mais latifúndios.
 
De acordo com decisão da Justiça Estadual expedida no último dia 4, as famílias têm até a próxima quarta-feira (18) para apresentar um pedido de defesa ou desocupar a área. O MST afirma que, diante da falta de informações sobre o terreno ocupado, não há a possibilidade de que o movimento apresente uma defesa porque, para esta, seriam necessárias informações a quais os militantes não tiveram acesso, como o nome do dono da propriedade e um laudo de vistoria do Incra comprovando a improdutividade da terra. De acordo com os militantes, o território é improdutivo e possui cerca de 190 hectares.
 
As famílias ocupantes da fazenda formavam o Acampamento Índio Galdino, que estava situado em uma Área de Proteção Permanente (APP), próxima à fazenda. O fato de estar situado em região de APP não permitia que as famílias desenvolvessem qualquer atividade agrícola na região e, por isso, os militantes decidiram ocupar a fazenda improdutiva.



A coordenação estadual do MST que acompanha as atividades no local afirmou que as famílias estão decididas a não desocuparem a fazenda, caso não haja uma área definitiva para onde as famílias camponesas poderão se mudar.
 
O pedido de vistoria da fazenda Volta Grande foi solicitado ao Incra em uma reunião que aconteceu na última semana mas, por conta da ocupação à fazenda, a vistoria não poderia ser realizada, uma vez que uma medida provisória do governo federal impede a vistoria em terras ocupadas. Dessa forma, o pedido deveria ser enviado à sede do Incra, em Brasília, para que a solicitação fosse avaliada. Entretanto, diante da decisão judicial, o pedido especial de vistoria foi pausado.



Desde o início da ocupação, circulam informações na região de que a fazenda pertence ao ex-senador Gerson Camata (PMDB), mas o Incra não as confirma. O senador não se manifestou sobre o assunto.

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