Debate do PT vai além de disputa pelo comando do partido
As críticas do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Carlos Nunes, à senadora Ana Rita Esgário, sobre a eleição interna do PT, publicadas nesse sábado no jornal A Gazeta, foram vistas nos meios políticos como um termômetro para a disputa.
O presidente da CUT afirmou que “sozinha, Ana Rita não é nada”. A provocação foi lida como uma movimentação do grupo que comanda o partido para manutenção do comando da sigla no Estado. O ex-prefeito de Vitória João Coser teria uma ampla vantagem na corrida pela presidência e os demais nomes colocados na disputa garantiriam a proporcionalidade no novo comando.
Além da escolha do novo diretório e executiva do PT/ES, o Processo de Eleição Direta (PED) proporciona um debate sobre o cenário político do próximo ano. Nunes, que é de uma dissidência da corrente lulista, Construindo um Novo Brasil (CNB), não seria um adversário para Coser na disputa.
Para os meios políticos, ao atacar Ana Rita, Nunes fortalece a candidatura de Coser e tentaria diminuir o capital político da senadora, uma movimentação visando a 2014. Isso porque, Ana Rita seria a legítima candidata do partido ao Senado, já que está no mandato. Mas o ex-prefeito tem se movimentado na construção de uma candidatura dele à única vaga a ser aberta para a Casa no próximo ano.
O grupo de Ana Rita é minoria dentro do partido e, para os observadores, a corrente dela, Articulação de Esquerda, não teria também condições de vencer a disputa. Mas o debate que levaria para dentro do PT pode influir nas movimentações do grupo de Coser, a corrente Alternativa Socialista, mais a Democracia Socialista e os Independentes, para o próximo ano.
Nesse sentido, a expectativa no partido é de que os debates para o PED devem ser acalorados. De um lado devem ficar a candidatura de Coser, subsidiada pela candidatura de Nunes. Do outro, defendendo uma discussão mais ampla para o partido, tendo como foco principal a reeleição da presidente Dilma no Estado, devem ficar a candidatura da senadora e também a candidatura do subsecretário de Direitos Humanos, Perly Cipriano.
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