Sábado, 18 Mai 2024

Em plena campanha à reeleição, operação Derrama atinge imagem de Ferraço

Em plena campanha à reeleição, operação Derrama atinge imagem de Ferraço

 

Os reflexos da operação Derrama, que levou até agora sete ex-prefeitos para a cadeia e envolveu nove municípios capixabas, chegam à Assembleia Legislativa e criam uma situação incômoda para a classe política. A prefeitura de Itapemirim foi uma das incluídas no processo de investigação. Como a ex-prefeita do município, Norma Ayub (DEM), é mulher do presidente do Legislativo estadual, Theodorico Ferraço (DEM), o caso repercutiu na Casa.
 
Em plena campanha para a reeleição, o fato de a operação deflagrada nessa terça-feira (15) não ter incluído a mulher de Ferraço, trouxe desgastes políticos. A notícia da costura da reeleição com Executivo, publicada nesta quarta-feira no jornal A Gazeta, deixou a impressão para algumas lideranças da necessidade de reforçar o apoio à candidatura do demista.
 
Outro golpe no prestígio de Ferraço, que também veio da operação Derrama, foi a prisão do prefeito de Guarpari, Edson Magalhães (sem partido), apadrinhado político de Ferraço. A prisão de Magalhães prejudica o candidato Orly Miguel (DEM), nome escolhido pelo próprio Ferraço para substituir o ex-prefeito na disputa.
 
Se o cenário da Derrama causou constrangimento ao apoio a Ferraço, por outro lado sua atuação na Casa segura sua candidatura. Entre outras ações corporativistas, Ferraço garantiu a aprovação da Emenda 85, que garante a deputados e ex-prefeitos a imunidade, impedindo que juízes de primeira instância julguem essas autoridades.
 
A matéria, na época da aprovação, foi vista como autoproteção, porque Ferraço coleciona processos na Justiça no período em que foi prefeito de Cachoeiro de Itapemirim. Mas acaba beneficiando os colegas. Além disso, a Assembleia não teria outro candidato para substituir Ferraço a cerca de 15 dias da eleição.
 
Para alguns observadores, Ferraço, que saiu desgastado da eleição de outubro sem conseguir vencer com seus aliados em suas principais bases, poderia ter sido liquidado politicamente pelo governador Renato Casagrande, que preferiu mantê-lo à frente da Assembleia, mesmo com o desgaste político.
 
Aliada à incrível capacidade de Theodorico Ferraço em recuperar seu capital político, sua aliança com o governo do Estado e as manobras corporativistas em favor dos colegas deve garantir sua reeleição no comando do Legislativo, mas o caso trouxe um grande arranhão no prestígio político do deputado.

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