Favoritismo de Casagrande pode esbarrar em novo #vemprarua
O surgimento de protestos de rua em outros estados acende o sinal de alerta na classe política capixaba. Como o Espírito Santo teve, em 2013, proporcionalmente o maior protesto do ano passado, com cerca de 100 mil pessoas em junho nas ruas, o tema deve ser considerado neste período pré-eleitoral.
Mesmo com mais de 20 partidos em sua base aliada e uma ação dura da Polícia Militar nos protestos, que inibiu muitos manifestantes de continuarem o movimento, a possibilidade de novos atos por causa da Copa do Mundo não está descartada.
Em nível nacional, a cúpula petista já vem se preparando para os protestos que devem acontecer em meados do ano. Tanto que a ideia de o ex-presidente Lula vir a disputar a eleição presidencial já está praticamente descartada.
Segundo o jornal Valor Econômico dessa terça-feira (25), o ex-presidente vem dizendo a interlocutores que considera que se lançar sem a perspectiva concreta de vitória pode prejudicar o PT nas próximas eleições. No quadro eleitoral mais pessimista, a tese defendida é que se for para perder, que seja com Dilma. Lula se preservaria para 2018.
Assim como no cenário nacional, quem está no governo acaba se tornando o principal alvo dos movimentos, embora não haja simpatia por nenhum partido ou liderança da atual política institucional. Como o governador Renato Casagrande tenta a reeleição este ano, um protesto às vésperas do início da campanha pode trazer problemas para a disputa.
Os protestos do ano passado causaram uma queda de 20 pontos na aprovação do governador. Casagrande só conseguiu recuperar sua credibilidade em dezembro deste ano. Mas este ano, com o processo eleitoral acontecendo no segundo semestre, não terá esse tempo de recuperação. Por isso, a expectativa dos meios políticos é saber como o governador vai lidar com o desgaste se os protestos chegarem ao Estado.
Se a situação na disputa majoritária pode ser afetada por eventuais protestos, na eleição proporcional os efeitos de 2013 ainda ecoam nas análises de cenário. A tendência entre as lideranças é de que a Assembleia Legislativa sofra uma mudança profunda em seu plenário. A Casa foi ocupada durante as manifestações e a imagem da Assembleia saiu arranhada do episódio, depois que os deputados se uniram em bloco para derrubar a proposta que anulava a cobrança de pedágio na Terceira Ponte.
Os deputados estaduais e federais devem também se preparar para o debate e enfrentar o eleitor em um ambiente ainda mais inóspito, sobretudo, na Grande Vitória.
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