Domingo, 28 Abril 2024

Governo não quer marca do PT em fundo de apoio ao desenvolvimento

Governo não quer marca do PT em fundo de apoio ao desenvolvimento
Ao se prevalecer do prazo regimental para analisar o projeto de lei complementar que institui o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEADM) na Comissão de Infraestrutura, o deputado estadual Marcelo Santos (PMDB) deu uma um tempo necessário para que o governador Renato Casagrande se movimente no sentido de tirar a marca que a bancada do PT coloca na matéria ao apresentar emendas ao projeto inicial. 
 
A matéria, que tramita em regime de urgência, recebeu pareceres favoráveis das comissões de Justiça e Cidadania, ambas com emendas do deputado Genivaldo Lievore (PT), que amplia a ajuda do governo do Estado também para as áreas de saneamento e habitação, o que faz com que politicamente o partido compartilhe da ação do Palácio Anchieta. 
 
Mas, nos bastidores o comentário é de que o governo não quer que ninguém deixe digitais no projeto. Isso porque a matéria tem um teor político-eleitoral muito forte e necessário para o governador. 
 
O fundo será um mecanismo de apoio financeiro prestado pelo Estado às cidades capixabas e constitui uma resposta à queda de arrecadação que os municípios deverão sofrer em decorrência da redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente em produtos importados.
 
Vinculado à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento (SEP) pretende contemplar planos de trabalho na área de infraestrutura urbana e rural, educação, esporte, turismo, cultura, saúde, segurança, proteção social, agricultura, meio ambiente e sustentabilidade.
 
A nova lei, que vem sendo chamada de "lei da reeleição de Casagrande", oficializa uma prática de auxílio aos municípios que sempre foi feita por meio de convênios. Mas o momento político pelo qual passa Casagrande mostra que o projeto tem uma intenção muito mais estratégica. 
 
Na Grande Vitória, o socialista tem o apoio certo de dois prefeitos: Audifax Barcelos (PSB), da Serra, onde está o maior eleitorado do Estado; e o de Vitória, Luciano Rezende (PPS). No interior, porem, Casagrande precisa fortalecer sua base eleitoral. 
 
O projeto que aparentemente recompensa os municípios pelas perdas de recursos federais – sobretudo os com menos de 20 mil habitantes e não tem autonomia financeira para se sustentar –, serve na verdade para socorrer a candidatura a reeleição do governador, que vem enfrentando, em seu primeiro mandato, crises de ordem administrativa e política. 
 
 
A impressão do mercado político de que Casagrande não conseguirá erguer um palanque de unanimidade em 2014 coloca em risco sua recondução ao cargo e por isso o socialista precisa do apoio dos prefeitos do Estado para garantir uma base eleitoral sólida no próximo ano. Não resta dúvida de que a sua principal arma na disputa será a máquina pública.

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