Quinta, 02 Mai 2024

Mesmo sem presidir o PDT, Vidigal deve manter controle do partido a distância

Mesmo sem presidir o PDT, Vidigal deve manter controle do partido a distância

De malas prontas para Brasília, onde assumirá o cargo de secretário de Políticas Públicas e Emprego do Ministério do Trabalho, o ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, pretende deixar a direção estadual do PDT. Mas isso não vai eliminar a influência dele sobre o partido. Ele deve escolher um aliado de seu projeto político para comandar a sigla no Estado durante a sua ausência.



Vidigal deve ser, inclusive, o principal eleitor da convenção do partido, que acontecerá em maio próximo. A dinâmica do PDT facilita o controle do grupo do ex-prefeito dentro da sigla. Desde a criação nacional, com Leonel Brizola, o PDT trabalha com a formação de comissões provisórias, por isso, independentemente do nome que venha a substituir Vidigal, o projeto dele deve continuar à frente do partido.



Alguns episódios no PDT mostram como acontece o domínio do grupo de Vidigal. Em 2008, o prefeito da Serra era Audifax Barcelos, eleito pelo partido e com o apoio de Vidigal. Mesmo tendo direito à reeleição naquele ano, foi retirado da disputa, dando lugar a Vidigal, que retornou à prefeitura. Em 2004, a mexida de Vidigal foi em Vitória. Naquele ano, o deputado estadual José Esmeraldo, então presidente municipal do PDT,  havia costurado uma aliança em Vitória que lhe garantiria a disputa para prefeito, mas foi retirado do páreo.



Em 2006, Vidigal derrubou a intenção do então prefeito de Vila Velha, Max Filho, em montar uma chapa de oposição ao então governador Paulo Hartung (PMDB). O próprio Vidigal disputou a eleição com um discurso muito mais suave do que fariam os Mauro contra Hartung.



Até porque, apesar de um projeto bem definido, as lideranças do PDT no Estado têm objetivos políticos bem diferentes. Basta ver a bancada do partido na Assembleia. Essa falta de unidade de discurso dificulta uma mudança de postura política no comando do partido. Apesar de nomes fortes em destaque no cenário político, nenhuma delas tem condições de trazer um novo perfil ao PDT.



Caso o prefeito de Aracruz, Marcelo Coelho fosse o escolhido, levaria o partido para o grupo do senador Ricardo Ferraço. Apesar da ligação cordial de Vidigal e Ferraço, não se acredita dentro do partido que Vidigal queira abrir mão do controle do partido desta forma. O deputado federal Carlos Manato também tem um crescimento político considerável, mas suas desavenças com Vidigal inviabilizam sua escolha dentro do partido.



O prefeito de Linhares, outro grande colégio eleitoral, Nozinho Correa; e o vice-presidente da Assembleia, Luiz Durão, também crescem em capital político, mas são lideranças restritas ao município. Hoje o PDT tem oito prefeitos, quatro vices, quatro deputados estaduais e três federais, a maioria ligada ao presidente do partido. Por isso, a expectativa é de que esse grupo influencie na escolha de um sucessor de Vidigal que seja a voz do ex-prefeito no comando do partido.

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