Sábado, 18 Mai 2024

Apesar de considerada estável, casos de Aids crescem entre jovens e gays no Estado

Apesar da epidemia da Aids ser considerada estável no Estado, a taxa de contaminação é crescente, comparada aos números da última década, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). É o caso dos jovens com idades entre 15 e 24 anos e dos homossexuais do sexo masculino.
 
Entre os jovens capixabas, a quantidade de casos novos no período especificado aumentou 33%, ressalta a coordenadora do Programa de DST/Aids da Sesa, Sandra Fagundes. Em outras palavras, isso quer dizer que em 2002 houve 50 novos registros de casos da doença. Em 2012 esse quantitativo passou para 70 casos nessa faixa etária.
 
A preocupação é ainda maior em relação aos gays, diz a Sesa.  “Se olharmos por categoria de transmissão sexual, o grupo que mais teve crescimento foram os homens que fazem sexo com homens, em todas as idades”, explica à coordenadora. Em 2002, eram 70 casos novos, número que passou para 142 em 2012, mais que o dobro. 
 
Sobre os jovens, diz Sandra, a expectativa era que fosse o grupo que mais se protegesse da doença, porém, não é o que ocorre. 
 
“A explicação para isso talvez resida no fato de que eles não vivenciaram o início da epidemia. São gerações diferentes que não conheceram a Aids da forma tão grave, e parecem não se preocupar com a ela”, salienta Sandra.
 
De acordo com a Sesa, há uma média de 530 novos casos de Aids por ano no Estado. 
 
Ao todo, já foram notificados 9.101 casos de Aids desde 1985 até 2012, no Estado. Deste total, 2.266 (25%) dos infectados morreram. O número de homens registrados com a doença nesse período é maior: 5.714 (62,8%) contra 3.387 (37,2%) de mulheres.
 
E, segundo a Sesa, a transmissão sexual é o maior responsável pelas infecções, com 66,4% dos casos. Do total de casos da Aids no Espírito Santo (9.101), 388 (4,3%) são devido à transmissão vertical (durante a gravidez).
 
Os municípios que apresentaram as maiores taxas de incidência (número de casos de Aids por 100 mil habitantes), em 2012, foram: Vitória (27,9), Baixo Guandu (27,3), Vila Velha (26,8), Serra (26,5), Cariacica (22,1), Colatina (21,2), Viana (19,5), Rio Bananal (17,0) e Anchieta (16,2). 
 
Para Sandra, o motivo para o aumento seria um só: a banalização da doença. “Há vários trabalhos mostrando que o jovem encara a Aids apenas como uma simples doença crônica. A doença ainda não tem cura, mas já tem tratamento com uso de medicamentos que são eficazes, mas que também podem provocar efeitos colaterais. O ideal é que as pessoas se protejam no ato sexual”, completa a coordenadora.
 
Ação no Estado
 
No domingo, 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, a Sesa promoverá o show “Canto Solidário” no Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória. O ingresso custa R$ 10,00 e a renda será revertida para uma casa de apoio a pessoas vivendo com HIV/Aids. No evento deste ano, que começa às 20 horas, a cantora Elaine Rowena fará apresentação em homenagem ao ‘Rei’ Roberto Carlos.
 
Nacional
 
A partir do ano que vem, o Ministério da Saúde (MS) determinou que as pessoas com o vírus HIV positivo também sejam notificadas e não apenas aquelas que desenvolveram a doença, como é atualmente. A mudança abrange todo o Brasil. Embora seja uma novidade mais ligada à área técnica, é importante destacar essa alteração já que os dados terão um provável crescimento expressivo.
 
“Até dezembro deste ano ainda faremos a notificação de pessoas doentes de Aids. Mas, a partir do ano que vem, serão notificadas também pessoas cujo teste de HIV tenha dado positivo. É natural que com isso os dados sobre a doença aumentem, mas é importante saber o porquê”, adianta Sandra. A mudança nos registros permitirá conhecer melhor a epidemia e qual a tendência da população infectada.

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