Sábado, 18 Mai 2024

Estado registra dois casos de infecção por micobactéria em 2014

O Estado voltou a registrar mais dois casos de contaminação por micobactéria, depois de um surto de infecção ocorrido em 2007. De acordo com a presidente da Comissão de Vítimas de Infecção Hospitalar por Micobactéria, Kissila Sodré, os dois casos referem-se a uma cirurgia de prótese mamária e na área de urologia. A Vigilância Sanitária confirmou os casos, mas alerta que não há surto.
 
Kissila acrescenta que o número de pessoas contaminadas pode ser muito maior, já que ela tem recebido informações de pacientes que já estão sendo tratados com o medicamento que trata a micobactéria sem que haja a comunicação à autoridade sanitária local, conforme prevê a Resolução 08/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 



A recomendação às pessoas que tenham feito cirurgia nos últimos 120 dias e que ainda tenham secreção pós-cirúrgica que procurem a Vigilância Sanitária para denunciar. O paciente com suspeita de infecção por micobactéria deve passar por biópsia que é feita no Laboratório Central do Estado (Labcen).  
 
Ela lamenta a ocorrência de novos casos e diz saber deles foi como “ver 2007 aparecendo de novo”. Kissila se refere ao surto de infecção por micobactéria ocorrido naquele ano, do qual também foi vítima. 



De acordo com a chefe do Núcleo Especial de Vigilância Sanitária, Marizete de Oliveira Silva, a confirmação de dois casos de infecção por micobactéria não caracteriza um surto. Ela alerta que esses casos estão dentro da normalidade e foram casos distintos, em hospitais também distintos. 
 
Em abril de 2007 surgiram os primeiros casos de micobactéria no Estado e o surto só terminou em meados de 2008. A micobactéria se manifesta em ambientes hospitalares que não seguem os padrões de assepsia estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nos anos de surto, foram quase 300 pessoas infectadas, mas a leniência da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), comandada na época por Anselmo Tozi, dificultou ainda mais o tratamento dos infectados. 
 
A falta de rigor na fiscalização dos hospitais em que ocorreram os casos de contaminação pode ter contribuído para que mais pacientes fossem infectados. No mês de início do surto, abril de 2007, a Sesa enviou um fax aos hospitais alertando para a revisão dos procedimentos de limpeza e esterilização dos materiais usados em cirurgias, já que era provável a existência da bactéria no Estado. 
 
A partir daí passaram a ocorrer casos com maior intensidade, principalmente nos meses de maio, junho e julho e, após constatar o surto, a Sesa destacou profissionais para acompanhar os casos. 
 
As infecções ocorreram principalmente nos hospitais Meridional, em Cariacica; Unimed Vitória; Hospital Santa Rita de Cássia; São Luiz; Centro Médico Hospitalar Vila Velha; Vitória Apart e Praia da Costa. 
 
Após o período do surto, os pacientes infectados, que corriam risco de perder membros e gastavam altas quantias com medicamentos, conseguiram na Justiça indenizações por parte dos hospitais. A maioria delas tinha valores irrisórios e chegaram a ser suspensas. Em 2009, o Tribunal de Justiça do Estado (TJES) determinou a suspensão do pagamento de indenizações às vítimas de micobactéria e o Vitória Apart Hospital chegou a requerer ressarcimento das indenizações que já haviam sido pagas a outros pacientes infectados no hospital. 
 
Somente em janeiro de 2013, o Ministério Público do Estado (MPES) remeteu à 2ª Vara Criminal de Cariacica a denúncia contra o Hospital Meridional referente à contaminação de 104 pessoas por micobactéria entre os anos de 2007 e 2008. A denúncia, no entanto, ficou sob vistas do MP desde janeiro de 2009.

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