Domingo, 19 Mai 2024

Iases abre sindicância para apurar fuga em unidade de Cachoeiro de Itapemirim

O Instituto de Atendimento Socioeducativo do Estado (Iases) instaurou Procedimento Sumário de Sindicância para apurar fuga de adolescente ocorrida em 24 de outubro deste ano, na Unidade de Internação Regional Sul, localizada em Cachoeiro de Itapemirim. 

 
A ocorrência de fugas no sistema Iases tem sido constante, como vem denunciando o Sindicato dos Servidores e Trabalhadores no Atendimento Socioeducativo do Estado (Sinases). Em duas semanas, foram 16 ocorrências entre as unidades da Grande Vitória e do interior do Estado. 
 
Na unidade do Xuri, em Vila Velha, foram registradas 12 fugas em duas semanas. No entanto, o Iases não considera essas fugas, já que os adolescentes foram recapturados e reconduzidos à unidade. 
 
A Unidade de Atendimento Inicial (Unai), localizada em Maruípe, Vitória também registrou duas fugas. A unidade abriga os adolescentes que acabaram de passar pela Delegacia do Adolescente em Conflito com Lei (Deacle) e aguardam julgamento de infrações. No local, os adolescentes só deveriam permanecer por período máximo de três semanas, até serem julgados e encaminhados para uma Unidade de Atendimento Socioeducativo ou para tutela familiar. 
 
Outra fuga aconteceu durante uma atividade de panificação. Um adolescente pegou uma faca e rendeu o agente de segurança e fugiu pela porta da frente da unidade. Da ação participaram nove internos, mas apenas um conseguiu fugir. 
 
O vice-presidente do Sinases, Bruno Menelli Dalpiero, declarou que os adolescentes conseguem fugir por não haver atividades socioeducativas nas unidades. As atividades não acontecem porque não há corpo técnico especializado para a aplicação. As gerências e subgerências, principalmente, são cargos de indicação política, ocupados por pessoas despreparadas e sem capacitação.
 
Também pela falta de experiência do corpo técnico, as gerências e subgerências das unidades não conseguem aplicar as atividades, já que os adolescentes só aceitam desenvolver o que querem. Segundo Bruno, o corpo técnico acaba por aceitar para evitar rebeliões. 
 
O Sinases reivindica melhores condições de trabalho no Iases; aumento no número de agentes socioeducativos, já que para desenvolver atividades com mais qualidade é necessário um quadro maior, e mudanças na escolha do corpo técnico, principalmente nas gerências e subgerências, para evitar o loteamento político na autarquia. 

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