Sábado, 18 Mai 2024

Inteligência da polícia vigia manifestantes nas redes sociais

Inteligência da polícia vigia manifestantes nas redes sociais
A pressão contra os manifestantes que foram às ruas nesta quinta-feira (4) não aconteceu somente no asfalto, mas também por meio de monitoramento das redes sociais. As próprias pessoas que participavam da sétima edição dos protestos que vêm tomando as ruas de Vitória transmitiam via internet as manifestações, bem como a repressão policial, que se preparou para o enfrentamento. 
 
As respostas às transmissões e postagens de abusos nas redes sociais por parte do efetivo da PM vinham quase que instantaneamente, como aconteceu com o articulador da Rede Sustentabilidade no Estado, Gustavo De Biase, na noite desta quinta (4).
 
Ele participa de movimentos sociais há quase uma década e na noite desta quinta esteve na manifestação. Enquanto fotografava a ação do Batalhão de Missões Especiais (BME) nas imediações da praça do pedágio da Terceira Ponte, foi abordado por um policial que disse, segundo relato do próprio Gustavo na rede social: “Você postou errado no Facebook. Cuidado com o que você posta. O comandante sou eu e não quem você disse". 
 
Ele relata que neste momento muitos policiais pararam ao redor dele e disseram para que ele não personalizasse a crítica. A ação da polícia foi registrada por manifestantes que transmitiam o ato.
 
De Biase também diz, na página, que a intimidação que recebeu da guarnição do BME está registrada e que providências devem ser tomadas ainda nesta sexta-feira (5). 
 
O monitoramento do setor de Inteligência da Polícia nas redes sociais em que os participantes fazem as denúncias acaba coibindo a ação dos manifestantes, que passam a ter receio de se identificar e até mesmo denunciar as ações policiais desmedidas temendo represálias futuras em outras manifestações. 
 
A ação da PM nas ruas refletia a preocupação do governo de evitar a propagação de imagens nas redes sociais que normalmente são feitas pelos próprios manifestantes durante os protestos. A polícia tentava retirar máquinas fotográficas, câmeras e celulares das mãos dos manifestantes. 
 
Um vídeo postado na internet mostra o flagrante de policiais tentando tomar a câmera de um pesquisador da Ufes que registrava o protesto. Os policiais agiram cm violência. O comandante da PM, coronel Edmilson dos Santos, afirmou que a Corregedoria vai apurar se houve excessos por parte dos policiais, embora as umagens não deixem nenhuma dúvida. 



 
Nas imediações da rua Duckla de Aguiar, logo após a ação de dispersão na Terceira Ponte, quatro policiais tentaram retirar à força o equipamento do cinegrafista Apoena Medeiros, da Agência Porã/Século Diário, que teve que se abraçar à câmera para preservá-la. Depois da ação truculenta, os policiais acabaram liberando o fotógrafo, que tentava argumentar que estava no protesto a trabalho. 



O desligamento das luzes no vão central da Terceira Ponte também foi apontado por usuários de redes sociais como estratégia das forças de Segurança Pública para evitar que os manifestantes registrassem em vídeo a ação policial no alto da ponte. 

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