Sábado, 18 Mai 2024

Sesp volta a divulgar homicídios, mas omite nome das vítimas

Sesp volta a divulgar homicídios, mas omite nome das vítimas
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) voltou a disponibilizar os dados de homicídios no site institucional. No entanto, os dados estão ainda mais precários do que quando foram retirados da consulta pública, em meados do mês de abril.
 
Pela nova disponibilização da pasta, só são divulgados dia, mês, ano, dia da semana, sexo e município das ocorrências – ainda assim os dados só vão até o mês de abril de 2013.  Nome das vítimas, cor de pele, idade e tipo de morte violenta não foram disponibilizados. A nova metodologia de divulgação tira a transparência da informação, que já deixava a desejar. 
 
As declarações dadas pelo secretário de Segurança, André Garcia, na ocasião da retirada dos dados, de que a reformulação não traria os nomes das vítimas para preservar as famílias são facilmente desmontadas, já que é o próprio Estado divulga os nomes das vítimas de homicídios nas ocorrências e esses nomes são amplamente difundidos pelos meios de comunicação. Em crimes de maior repercussão a própria família da vítima se posiciona, cobrando providências. 
 
A partir dos "novos" dados disponibilizados pela Sesp, nos primeiros 120 dias do ano, o Estado registrou 578 homicídios no período, sendo que nos meses de março e abril houve aumento nos casos. A partir do dado é possível projetar que o número de homicídios no ano de 2013 possa ser de 1.758 mortes violentas, o que significa uma taxa estimada de 50 mortes por grupo de 100 mil habitantes, sensivelmente maior do que a registrada em 2012, que ficou em 47,2 por 100 mil. 
 
No mês de janeiro, segundo dados da Sesp, foram registrados 142 homicídios no Estado; em fevereiro foram 141 mortes violentas; 147 em março e 148 em abril. 
 
Mais do que o aumento real no número de homicídios, a percepção da violência se torna ainda maior à medida que carecem de transparência os dados disponibilizados pelo próprio governo. O mês de maio – ainda sem estatística de homicídios divulgada – foi especialmente violento, com casos de repercussão e ocorrências de homicídios múltiplos e dois casos de “justiça com as próprias mãos” que resultaram em assassinatos.
 
No momento em que a própria população se volta contra os supostos algozes – como nos casos de linchamento do caminhoneiro João Querino de Paula, na última sexta-feira (24) e do suposto estuprador Gilbercan Mezini na terça-feira (28) –, ambas injustificáveis, fica comprovada a descrença da população com as instituições. 
 
Mesmo com essa escalada da violência, com homicídios já fazendo parte do cotidiano da sociedade, a divulgação extemporânea dos dados pode fazer com que o impacto do crescimento nos casos seja menor e, portanto, que a cobrança por melhores condições de segurança seja tardia. É na divulgação diária de ocorrências de homicídios que a população pode perceber em que momentos e locais que os crimes ocorrem com maior ou menor frequência.
 
   

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