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Novo protesto quer levar mais de 20 mil às ruas nesta quinta-feira

Os “conectados” da Grande Vitória mostraram nessa segunda-feira (17) que não são apenas “manifestantes de sofá”. Segundo estimativas da Polícia Militar, mais de 20 mil pessoas, a maioria jovens com idades entre 16 e 25 anos, saíram às ruas para protestar. Não dava para definir qual era o alvo dos protestos, já que a pauta tinha mais de 20 itens. As reivindicações partiam das críticas ao transporte público, passavam pela saúde, segurança e educação e desaguavam nos gastos com a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada. Em resumo: um desabafo.
 
Independente da pauta, os manifestantes puderam comprovar o poder de fogo de mobilização via redes sociais. Em pelo menos 11 capitais cerca de 300 mil pessoas participaram dos protestos. 
 
Em termos proporcionais, a manifestação organizada pela Capital capixaba foi uma das maiores do país. Se considerarmos que a Grande Vitória concentra cerca de 1,6 milhão de habitantes, as redes sociais levaram para as ruas 1,25% da população. Se a referência se limitar à Capital, são mais de 6%. São Paulo, por exemplo, que registrou 65 mil nas ruas, mobilizou 0,57% da população. 
 
O sucesso do ato dessa segunda-feira (17) empolgou os manifestantes, que planejam um novo protesto para esta quinta-feira (20). A nova convocação que corre nas redes sociais pede: “venha e traga um amigo”. O objetivo é superar a marca de 20 mil pessoas.
 
Para o protesto da quinta, os manifestantes já sabem de que ponto vão partir, da Ufes, mas ainda não decidiram qual será o destino final da marcha. 
 
Como o movimento é horizontal, sem comando de partidos, sindicatos, ou entidades sociais, a escolha está sendo feita por meio de uma votação nas redes sociais. Na noite desta terça (18), haverá uma reunião aberta na Ufes na qual será definido o local. Entre os destinos mais votados estão o Palácio Anchieta, a Assembleia Legislativa, o Aeroporto Eurico Sales e a casa oficial do governador – local em que os manifestantes encerram o ato dessa segunda. 
 
Já a pauta que motivou os manifestantes, poderá ser parcialmente alterada. Motivados por uma espécie de insatisfação geral, os manifestantes deixaram claro que além da criminalização dos movimentos sociais, a ação é motivada por um conjunto de reclamações e indignações sobre problemas sociais e políticos locais e nacionais.
 
Para esta quinta (20), as mobilizações devem abordar temas polêmicos que tramitam no Congresso, como a PEC 37, que tira o poder de investigação do Ministério Público; a PEC 215, que dá ao Congresso o poder de criar ou não reservas indígenas, quilombolas e unidades de conservação, excluindo a possibilidade de criação por decreto presidencial. Eles podem incluir na pauta também a reforma política já; por uma democracia real e pelo fim da construção exagerada de portos no Espírito Santo, sobretudo, sem ampla discussão com a sociedade civil.
 
Além disso, há questões já divulgadas como a não a privatização da BR-101; fim do Pedágio RodoSol/Terceira Ponte; revisão de planilhas do sistema Transcol; um novo modelo de mobilidade Urbana para o ES, entre outros pontos que só serão definidos como pauta do próximo protesto após reunião na Ufes desta terça (18). 
 
Protesto pacífico
 
Apesar do tumulto ocorrido entre polícia e manifestantes, em frente à residência oficial do governador, em Vila Velha, já no final do protesto, os participantes, via redes sociais, consideraram positivo o balanço da manifestação.
 
 
A Polícia Militar e os funcionários da Rodosol também elogiaram a postura dos manifestantes durante o trajeto da Ufes até a Terceira Ponte, ressaltando a proposta pacífica do movimento.
 
Repercussão
 
Em matéria de Século Diário, publicada nessa segunda (17), os leitores também demonstraram apoio às manifestações elogiando o ato popular no Estado e confirmando seu apoio a novas mobilizações. 
 
Nas redes sociais, alguns manifestantes chamaram a atenção para o incidente com a polícia informando que, apesar das afirmações da mídia, a reação da polícia foi exagerada e poderia ter aguardado o resultado das negociações que ocorriam no momento entre a PM e os manifestantes. 
 
Durante as negociações a polícia reagiu a uma latinha que teria sido jogada na direção dos policiais do choque, que reagiram com tiros de bala de borracha e bombas de efeito moral.
 
 

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